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Hugo Andrade é um extraordinário profissional. Profundo conhecedor do fenómeno televisivo, gere sem estados de alma, pelo que tem mantido uma eficácia extrema ao longo de toda a carreira e dos vários cargos que tem desempenhado, quer na TVI, quer na RTP, quer, de novo, na TVI.

A indicação como diretor da nova TVI Ficção é uma garantia para a empresa. Porém, a intenção da TVI de lançar mais um canal generalista suscita alguma perplexidade no mercado. A TVI Ficção, canal generalista com novelas e informação, irá seguramente roubar mais espectadores a todos os canais generalistas que já têm novelas e ficção, à cabeça dos quais está a SIC, mas também a TVI.

Façamos um exercício: a TVI perdeu o mês de junho para a SIC por uma diferença de 800 espectadores, provocando uma pequena depressão na empresa, que já não esperava voltar a perder. Ambos os canais, SIC e TVI, registaram um share de 15,1%, mas o canal de Paço de Arcos liderou por 800 espectadores. Uma gota de água no oceano das audiências. Menos que uma rua de Lisboa ou do Porto.

Ora, se não existisse TVI Ficção, se este canal de Queluz de Baixo não repetisse novelas da TVI-mãe, como já repete, será que a TVI perdia na mesma? Ou, entre os perto de 17 mil espectadores que a TVI Ficção regista, em média, a cada minuto do dia, em junho, não haveria pelo menos 900 pessoas que veriam o original se não tivessem também a cópia, no cabo? Os estrategas da empresa terão avaliado prós e contras? E o que pensará Moniz deste movimento? 

Informação 

O reverso da medalha
Os portugueses estão bem servidos de canais de informação. Tanto na SIC, como na TVI, como na RTP, os respetivos canais de informação prestam um ótimo serviço público, o que contribui para o crescimento deste nicho de canais. O reverso da medalha começa a ser uma certa erosão do fenómeno do grande jornal das 20 horas. Este verão, até pelo efeito do futebol, os telejornais principais perderam imenso impacto. Veremos o que acontece depois do Europeu de futebol. 

Os 10 programas mais vistos em junho são 10 jogos do Euro, com as três partidas

o consumo de televisão, área em que tudo muda, menos a capacidade do desporto-rei de juntar multidões frente à televisão.

Audiências