Seriam sempre muito difíceis as eleições para o parlamento europeu. A distância em relação aos nossos representados, a ilusão de que se trata de uma realidade política divorciada da vida do dia-a-dia, e a tradicional composição das listas partidárias com figuras, ou de segundo plano, ou que se encontram a fazer a respetiva travessia do deserto – tudo isso contribui, tradicionalmente, para a elevada abstenção.

Este ano, haverá uma agravante – o escrutínio vai decorrer dia 9 de junho, véspera de feriado, um domingo entalado entre pontes de vários dias de descanso. As últimas legislativas representaram uma melhoria na adesão popular ao voto, e a taxa de abstenção foi a mais baixa do século. Dificilmente isso ocorrerá, de novo, nas europeias. Razão para que os debates e as entrevistas, que agora começaram, sejam momentos em que os candidatos devem apostar forte, não só em defesa das suas propostas, mas também para fazerem pedagogia sobre a importância do órgão de representatividade europeia por definição.

Tanto a AD como o PS escolheram cabeças de lista que podem suscitar algum impacto. Marta Temido, ex-ministra da saúde do tempo da pandemia, e Sebastião Bugalho, comentador televisivo até há pouco tempo, têm perfis muito diferentes, mas que podem ser complementares na capacidade de atrair eleitorado.  

      
Informação

Janela Indiscreta   
Há décadas que Mário Augusto porfia na divulgação cinematográfica. Cruzei o olhar, recentemente, com ‘Janela Indiscreta’, na RTP3, e continua igual. Um amor extremo pelo cinema, uma dedicação plena à pedagogia e muito carisma a comunicar. Um magazine de cinema no sentido clássico, a não perder.
Programação

Israel  
A canção israelita, muito mal pontuada pelos júris internacionais, foi a segunda classificada na votação do público, e ganhou nesse critério em mais de uma dúzia de nações. Nunca saberemos se se tratou de uma diferença na avaliação musical, ou se foi uma espécie de televoto sobre o apoio a Israel. Certo é que ficou bem patente o abismo que separa o politicamente correto, que queria barrar o acesso ao evento, e a força do voto popular, que quase o consagrou como vencedor. Claro – um televoto não tem representatividade. Porém, pode ser lido como um sintoma. O mais turbulento festival da História da Eurovisão correu, por momentos, o risco de dar a vitória à canção do país maldito para aquela "intelligentsia". Seria, no mínimo, irónico.
Audiências

A Subir
Pedro Abrunhosa 
Uma entrevista diferenciada a Daniel Oliveira, na SIC, no ‘Alta Definição’. É um artista único. 
A Subir
Iolanda
Partia com baixas expectativas, mas logo no início da votação ficou claro que não sairia de mãos a abanar. O 10º lugar prestigia quem o alcança. 
A Subir
Salvador Sobral 
A votação recorde do português entre os júris mantém-se de pé. Um furacão que passou pelo festival. A RTP deveria fazer tudo para o convencer a concorrer outra vez.