Cláudio Ramos deixou um desabafo nas redes sociais este domingo, assumindo estar assustado com a pandemia da covid-19 e o consequente isolamento social, que parece não ter fim à vista.
"É domingo. Acordamos, vamos à janela e afinal não é domingo. É o dia igual a ontem e antes de ontem. Já não há Domingos como antigamente. Não escuto barulho de gente na rua, não há carros, não há chapéus de chuva a atropelarem-se nem malas de viagem a arrastar no chão", começou por escrever o apresentador, que viu o seu novo desafio profissional, o 'Big Brother 2020', adiado por tempo indeterminado.
"As mercearias não abrem ao domingo, como não abriram ontem nem antes de ontem. As esplanadas que eram feitas de gente, são feitas de cadeiras amontoadas em cima umas das outras e amarradas como se pudessem sair para sentar alguém. Não há uma buzina ao fundo nem sequer o rádio dos homens da obra. Há silêncio. Há um silêncio que assusta porque não sabemos quando acaba. Do barulho de antigamente não há nada. Hoje, o espaço é ocupado nesta rua pelos pássaros que falam entre si. É o único barulho que se escuta alternado com o dançar dos ramos das árvores ou de folhas que se arrastam no chão", continuou.
"Apuramos o ouvido e continuamos a escutar silêncio. Silencio e, de tempo a tempo, o sino da igreja. Eu gosto de silêncio. Estou acostumado a Ele fora de Lisboa. Mas não gosto deste silêncio. É o silêncio frio e desumano... Vou para dentro. É em casa que teremos de estar. Eu, que não gosto de barulho, acho que nunca pedi tanto, escutar o barulho da rotina misturada com gente, como agora", concluiu.