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Votorantim Cimentos investe em nova fábrica de cimento para atender mercado do Centro-Oeste

Investimento será de R$ 200 milhões para instalar uma unidade de moagem em Edealina (GO), duplicando a capacidade de produção no local; alvo é expansão do agronegócio em Goiás e Mato Grosso

Foto do author Ivo Ribeiro

O mercado brasileiro de cimento vive um ano de quase estagnação da demanda, com elevado nível de ociosidade nas quase 100 fábricas instaladas no País. Apesar desse cenário, a Votorantim Cimentos (VC) avalia que há espaço para crescer em alguns mercados, como o do Centro-Oeste, onde o agronegócio avança. Por isso, a empresa do grupo Votorantim decidiu investir R$ 200 milhões na duplicação de sua fábrica em Edealina (GO), uma das unidades mais novas da companhia.

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Líder do mercado de cimento do País, com mais de 30% das vendas totais, a VC vai instalar ao lado da unidade existente uma nova planta de moagem com capacidade de fazer 1 milhão de toneladas por ano. A empresa prevê concluir a obra no segundo semestre de 2025, informou em comunicado.

O alvo, segundo informações da cimenteira, é a demanda das culturas de grãos - soja e milho, principalmente - existentes, e em expansão, nos Estados de Goiás e Mato Grosso. A VC informa que terá maior capacidade de atender essa demanda com uma capacidade de 2 milhões de toneladas por ano de cimento com a marca Tocantins, complementando outras fábricas que tem na região. Assim, visa a se fortalecer perante outros concorrentes na região: Ciplan, InterCement e CSN.

Esse investimento, destaca a VC, faz parte do programa de programa de R$ 5 bilhões, anunciado no início deste ano, que vai até 2028, com foco em “crescimento e competitividade estrutural das operações da Votorantim Cimentos no Brasil”. Informa que R$ 1,7 bilhão já está em execução, em operações nas cinco regiões do País. As metas são: elevar capacidade de produção de cimento, competitividade, utilizar combustíveis alternativos nos fornos, no lugar de coque de petróleo e carvão mineral, e reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2).

Segundo a VC, desde que começou a operar, essa fábrica utiliza o coprocessamento (uso de materiais alternativos nos fornos), uma tecnologia adotada mundialmente para reduzir emissões de CO2. Além de coprocessar biomassas do agronegócio, a unidade de Edealina também transforma pneus e resíduos de diversas indústrias em fonte de energia para o seu processo produtivo.

Fábrica de cimento da Votorantim Cimentos localizada em Edealina (GO), que abastece o mercado do Centro-Oeste. Foto Divulgacâo/VC Foto: Votorantim Cimentos/Divulgacao

O CEO global da Votorantim Cimentos, Osvaldo Ayres Filho diz que a unidade de produção de Edealina, inaugurada em 2015, é referência para os clientes e para o mercado da região Centro-Oeste e Estados vizinhos. “O investimento na expansão dessa unidade fortalece esse posicionamento competitivo e reflete a nossa crença no potencial de crescimento do Estado de Goiás e do Brasil”, disse, no comunicado.

Onda de consolidação

Atualmente, a companhia opera no País 16 fábricas integradas e oito unidades de moagem de cimento, com uma capacidade instalada total de produzir 34,4 milhões de toneladas por ano. A unidade goiana conta com 600 empregos diretos e indiretos. Mundialmente, a VC tem quase 13,6 mil funcionários nos 11 países onde opera, incluindo o Brasil.

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A cimenteira, que gera cerca de metade da receita do grupo Votorantim, fabrica materiais de construção que vão de cimento a concreto, argamassas e agregados. Além disso, produz insumos agrícolas e faz gestão de resíduos e coprocessamento. Fora o Brasil, está presente na Argentina, Bolívia, Canadá, Espanha, EUA, Luxemburgo, Marrocos, Tunísia, Turquia e Uruguai.

A indústria cimenteira brasileira, que enfrentou uma profunda crise de demanda e excesso de capacidade entre 2015 e 2018, passa, desde 2020, por um grande rearranjo de ativos. Nesse período, dois grupos estrangeiros (CRH e LafargeHolcim) deixaram o País, vendendo seus ativos para a italiana Buzzi e para CSN. A cimento Elizabeth também foi vendida para a CSN e, em maio deste ano, a Buzzi assumiu o controle da Cimento Nacional (gruo Brennand). No momento, afogada em dívidas, a InterCement, da Mover/Camargo Corrêa, está em negociações para ser passada também ao controle da CSN.

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