Governo apostou no apoio da base nas comissões, mas não vai conseguir votar proposta antes do recesso -  (crédito: Quinho)

Governo apostou no apoio da base nas comissões, mas não vai conseguir votar proposta antes do recesso

crédito: Quinho

O governo do estado nadou, nadou, desgastou sua base em ano eleitoral e morreu na praia com o Projeto de Lei 2238/2024 que aumenta a contribuição ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). O PL foi aprovado em todas as comissões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e estava pronto para ser votado em primeiro turno no plenário antes do recesso parlamentar, mas o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), anunciou que ele não será pautado antes do recesso parlamentar, que começa dia 17 de julho, como desejava o governo.


A justificativa foi o envio apenas ontem dos estudos de impacto financeiro que vinham sendo cobrados pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) desde o início da tramitação da proposta, em abril passado, pois o PL aumenta os gastos do estado, por isso deve ser precedido, conforme prevê a legislação e o regimento interno da ALMG, de análise sobre essa elevação de despesas. A deputada, que considerou o adiamento uma grande vitória da oposição, também cobrou a avaliação dos preços dos imóveis do Ipsemg que serão vendidos, conforme prevê o PL. Esse documento também só chegou há poucos dias.


O governo confiou na maioria que detém nas comissões para tentar tramitar uma matéria fora das regras do jogo legislativo, mas foi barrado pelo presidente da Assembleia, que também não tem muita simpatia pela proposta e também pela maneira como ela tramitou, com pouco debate e quase nenhuma flexibilização em relação ao texto original proposto.


Agora terá que aguardar o fim do recesso, que vai coincidir com o início da campanha eleitoral, aumentando ainda mais o desgaste da sua base com uma proposta impopular que pesará no bolso do servidor, que ganha menos e que representa a grande massa do funcionalismo público. (Alessandra Mello, interina)

 

 

Peça fundamental

O deputado estadual João Magalhães (MDB) é tido nos bastidores, até mesmo pela oposição, como o melhor líder do governo Romeu Zema (Novo) desde que assumiu o comando do estado em janeiro de 2019. Organizado e bom de diálogo, o deputado carrega uma planilha onde estão registradas as demandas dos deputados em relação a suas bases e todos os projetos em tramitação no Legislativo. Magalhães também tem acesso franco aos secretários para tratar de assuntos de interesse do governo no Legislativo. Nem mesmo a condenação sofrida recentemente pelo deputado, acusado pelo Ministério Público Federal de venda de emenda parlamentar, abalou a confiança do governo em sua atuação. Tanto, que Magalhães chegou a ser alvo de um nota de solidariedade assinada pelo secretário de Governo, Gustavo Valadares, após a divulgação da condenação pela Justiça Federal a 11 anos e oito meses de prisão pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. (AM)

 


Cadê você?

Tido como um dos principais candidatos nos planos do PL de conquistar prefeituras das maiores cidades do Brasil, o deputado estadual Bruno Engler (PL), pré-candidato ao comando da capital mineira, parece não estar com muito prestígio junto ao seu maior ídolo e cabo eleitoral: Jair Bolsonaro. A vinda do ex-presidente em um ato de apoio a Engler estava prevista para o começo de maio, mas foi cancelada em função de problemas de saúde de Bolsonaro. Desde então, Bolsonaro se recuperou dos problemas de saúde e já visitou diversas cidades Brasil afora com colégio eleitoral bem menor do que o da capital, onde é aguardado por Engler e seus apoiadores há mais de dois meses. (AM)

 


Desavenças

Por trás desse atraso, estaria uma disputa entre Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto,com relação ao lançamento de pré-candidatos do partido nas eleições municipais deste ano, principalmente em São Paulo. Costa Neto chegou a baixar uma resolução ameaçando com processo os integrantes do PL que manifestarem simpatia a candidatos não avalizados pelo comando do partido. O PL mineiro nega desavenças e promete bater o martelo hoje sobre a data da vinda de Bolsonaro à capital para o lançamento da candidatura de Engler. (AM)

 

Em família

A deputada estadual Amanda Teixeira (PL), que tomou posse recentemente prometendo exterminar a esquerda, nomeou para seu gabinete Mateus Von Rondon Martins, que já foi assessor do seu pai, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio Teixeira (PL) na Câmara e na pasta do Turismo quando ele era ministro do governo Bolsonaro. Em junho de 2019, Rondon Martins foi detido pela Polícia Federal suspeito de participar de um esquema que teria sido montado pelo PSL, que se fundiu com o DEM e virou União Brasil, para fraudar candidaturas em Minas Gerais. Marcelo Álvaro Antônio era presidente do PSL mineiro na época dessa investigação. Amanda, que também é filha da vereadora da capital, Janaína Cardoso (Uniâo) assumiu mês passado a vaga da deputada estadual Alê Portela, nomeada secretária de Estado de Desenvolvimento Social. (AM)

 

 

Mãe do Araguaia

Faleceu nesta segunda, em Belo Horizonte, com quase 101 anos, a última mãe do Araguaia, Diana Piló de Oliveira. Foi assim que ficaram conhecidas as mulheres que tiveram seus filhos mortos e desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Mineira e psicóloga, Diana era mãe de Pedro Alexandrino de Oliveira Filho, o Peri, um dos últimos militantes mortos pelo Exército durante a Guerrilha do Araguaia, em 1974, cujo corpo nunca foi localizado. Batizado Pedro Alexandrino Martins em homenagem ao tio, o neto de dona Diana conta que ela manteve em vida um extenso acervo sobre a guerrilha, formado por cartas e documentos sobre a busca pelos desaparecidos. A família ainda não sabe o destino que dará aos documentos, mas a ideia é torná-los públicos por meio de um documentário sobre a vida de Peri e a luta de dona Diana para encontrar o corpo do filho. (AM)

 

*Interina