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/ � vistaEm seu discurso proferido na Academia Sueca, Kazuo Ishiguro transmite uma poderosa mensagem de respeito às diferenças ao percorrer a própria história e, com ela, a do século XX.
Em seu discurso proferido na Academia Sueca, Kazuo Ishiguro transmite uma poderosa mensagem de respeito às diferenças ao percorrer a própria história e, com ela, a do século XX.
Em seu discurso proferido na Academia Sueca, Kazuo Ishiguro transmite uma poderosa mensagem de respeito �s diferen�as ao percorrer a pr�pria hist�ria e, com ela, a do s�culo XX.
No dia 7 de dezembro de 2017, Kazuo Ishiguro recebeu da Academia Sueca o pr�mio Nobel, distin��o m�xima da literatura. Em seu discurso, o escritor ingl�s nascido no Jap�o esmi��a a pr�pria hist�ria e, com ela, a do s�culo XX, numa mensagem tocante que termina em apelo �s novas gera��es.
Ao revelar o impacto que a leitura de Em busca do tempo perdido teve em sua forma��o, Ishiguro assume o recurso de Proust como princ�pio compositivo de seu discurso e coloca lado a lado mem�rias distantes e eventos recentes, numa colagem em que as semelhan�as abolem fronteiras de tempo, espa�o e linguagem e fazem transparecer uma brilhante s�ntese do projeto liter�rio do autor.
� assim que o escritor revela, sempre com a mesma despretens�o pela qual ficou conhecido, como uma can��o de Tom Waits influenciou a cria��o de uma das personagens de seu primoroso romance Vest�gios do dia. Com a disponibilidade de esp�rito das grandes mentes, Ishiguro encontra inspira��o em formas mundanas como a com�dia americana S�culo XX, de Howard Hawks, por meio da qual se d� conta da import�ncia de se dedicar ao relacionamento entre as personagens, e n�o a elas em particular. Foi a partir dessa percep��o, prosaica em sua origem, que surgiu a ideia do tri�ngulo amoroso de N�o me abandone jamais.
Rememorando desde a rela��o com o Jap�o de sua inf�ncia e as lembran�as da terra � qual levou d�cadas para voltar at� uma visita a Auschwitz, Ishiguro destila uma poderosa reflex�o sobre mem�ria e esquecimento, sobre o dever de preservarmos o passado e a tarefa – nem sempre f�cil – de seguirmos adiante e preservarmos o futuro.
Comovente afirma��o dos direitos e das liberdades individuais, este discurso abre fogo contra o racismo e, numa afirma��o da necessidade de expandir os limites do discurso liter�rio para abarcar mais vis�es de mundo, apresenta-se como um texto de valor liter�rio que em nada deve aos romances do autor. Sua leitura deixa claro por que ele � um dos maiores escritores do s�culo XX.