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    Álcool corta efeito de antibiótico? Especialistas respondem

    Ingestão das duas substâncias simultaneamente pode gerar alguns riscos à saúde

    Consumo de bebidas alcoólicas pode trazer riscos à saúde
    Consumo de bebidas alcoólicas pode trazer riscos à saúde Adobe Stock

    Simone Machadocolaboração para a CNN

    Posso beber álcool enquanto tomo antibiótico? A pergunta é frequente entre os pacientes que precisam fazer tratamentos médicos usando esse tipo de medicamento, já que costuma ser um senso comum que o álcool “corta” o efeito dos antibióticos. Em geral, a ingestão de bebidas alcoólicas e antibiótico não anula o tratamento, porém há alguns riscos no consumo simultâneo das duas substâncias.

    A CNN entrevistou especialistas para explicar o que ocorre quando as pessoas misturam os dois e quando os riscos envolvidos. Confira abaixo.

    “Não existem estudos sobre a interação de bebidas alcoólicas com uso de todos os antibióticos disponíveis no mercado. Acredita-se que a interação de quantidades maiores de álcool com o antibiótico poderia modificar a metabolização dessa medicação, e isso poderia reduzir o efeito. Mas, ainda não sabemos a partir de qual dose isso pode acontecer. Porém, sabemos que alguns tipos de antibióticos não podem ser associados ao álcool, não pela redução do efeito, mas pelos efeitos colaterais mais severos”, explica Milena Miguita Paulino, médica endocrinologista.

    O paciente que necessita usar antibióticos está em processo de tratamento contra uma infecção bacteriana. O uso de doses maiores de álcool pode ser prejudicial ao funcionamento do sistema imunológico, o que dificulta a cura da doença.

    Pacientes com infecções bacterianas podem ficar desidratados como consequência da febre e menor ingestão hídrica por estarem nauseados. O uso de álcool pode potencializar a desidratação e piorar o quadro do paciente”, detalha a infectologista Lorena Faro.

    Além disso, o álcool e a maioria dos antibióticos são metabolizados pelo fígado, e a ingestão simultânea deles pode sobrecarregar o órgão. O álcool junto a alguns desses medicamentos também pode sobrecarregar a mucosa do estômago, podendo gerar náusea, vômitos e dor no abdômen.

    Outro fator importante é que tanto o álcool quanto os antibióticos podem causar efeitos colaterais, como náuseas, tontura e dor de cabeça. A combinação das duas substâncias pode intensificar esses sintomas e até mesmo levar a reações mais graves.

    “Essa mistura pode aumentar o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória. Pode aumentar o potencial de efeitos sobre o sistema nervoso central, como tontura, vertigem, fraqueza, síncope, irritabilidade, tremores e confusão mental”, acrescenta Lorena.

    Outra situação relevante é que alguns antibióticos podem ter interações medicamentosas perigosas com o álcool, levando a efeitos imprevisíveis e até mesmo fatais.

    “Um dos antibióticos que apresenta mais efeito colateral se ingerido com álcool é o metronidazol, que pode ser usado para infecções genitais. A substância etílica com essa medicação causa o efeito antabuse, que é hipersensibilidade ao álcool com a interação a um medicamento. A reação dessa mistura pode causar desde palpitações, hipotensão, dificuldade respiratória e até causar a morte do paciente”, acrescenta a infectologista.

    Ainda segundo os especialistas ouvidos pela CNN, é recomendado que o paciente não ingira bebidas alcoólicas por até três dias após o uso da última dose do antibiótico. O consumo de álcool, mesmo em pequenas doses, também não deve ser feito nas 24 horas que antecedem o início do tratamento.

    Cinco motivos para não misturar bebida alcoólica e antibiótico

    1. Prejudica o sistema imunológico: O paciente que necessita usar antibióticos está em processo de tratamento de uma infecção bacteriana. O uso de álcool pode ser prejudicial ao funcionamento do sistema imunológico, o que dificulta a cura da doença.
    2. Redução da eficácia do medicamento: O álcool pode interferir na absorção e no metabolismo do antibiótico no corpo, diminuindo sua concentração no sangue e tornando-o menos eficaz no combate à infecção, aumentando o risco de complicações.
    3. Aumento dos efeitos colaterais: Tanto o álcool quanto os antibióticos podem causar efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e tontura. Quando combinados, esses efeitos podem ser intensificados.
    4. Risco de reações graves: Em alguns casos, a combinação de álcool e antibióticos pode levar a reações graves, como o efeito antabuse. Essa reação causa sintomas como vômitos, dor de cabeça, palpitações cardíacas e dificuldade para respirar. Em casos mais graves pode ser fatal.
    5. Sobrecarga do fígado: O fígado é responsável por metabolizar tanto o álcool quanto os antibióticos. Quando se consome ambos simultaneamente, o órgão é sobrecarregado, o que pode levar a danos no fígado, especialmente se o paciente já tiver problemas hepáticos.