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    PF prende ex-assessor do Planalto e servidor de inteligência no caso da “Abin paralela”

    Quatro prisões já foram realizadas; Investigação aponta ligação de “gabinete do ódio” com espionagem ilegal;

    Policial Federal durante operaçao. Imagem ilustrativa
    Policial Federal durante operaçao. Imagem ilustrativa Divulgação/Governo Federal

    Elijonas Maiada CNN Brasília

    Operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quinta-feira (11) por suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mira um militar do Exército, um agente da PF, um empresário e um ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro.

    As prisões fazem parte da quarta fase da operação Última Milha.

    Saiba quem são os alvos:

    Alvos dos mandados de prisão e de busca:

    • Mateus de Carvalho Sposito –  ex-assessor da Secom,
    • Richards Dyer Pozzer; empresário
    • Marcelo Araújo Bormevet; agente da PF,
    • Giancarlo Gomes Rodrigues: militar do Exército;
    • Rogério Beraldo de Almeida: não encontrado pelos agentes.

    Alvos de buscas e apreensão:

    • José Matheus Sales Gomes:
    • Daniel Ribeiro Lemos:

    O militar Giancarlo detido hoje era assessor do então diretor da Abin Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal (PL-RJ). Ele é casado com uma servidora da agência e foi alvo da PF na última fase da operação, em janeiro.

    A PF aponta que ele foi um dos responsáveis por um monitoramento ilegal do então presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e da então deputada Joice Hasselmann.

    O segundo alvo preso é o agente da PF Marcelo, cedido à Abin, que já foi da Casa Civil no governo anterior. O agente também atuou como segurança do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em 2018. Ele está afastado do cargo desde janeiro, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Um terceiro alvo é Mateus Sposito, assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e ⁠alvo da CPI da Covid por supostamente participar de um “gabinete do ódio”.

    A PF aponta a ligação entre integrantes da Secom com a chamada “Abin paralela” para criação de perfis fakes e disseminação de informações falsas (fake news) contra desafetos do governo.

    O quarto alvo de prisão hoje é o empresário Richards suspeito de disseminar essas fake news, que chegou a ser indiciado pela CPI da Covid.

    Um quinto alvo de mandado de prisão está em aberto. Os agentes estão nas ruas de Brasília, Curitiba, Salvador, São Paulo e Juiz de Fora (MG) para cumprir, também, sete buscas e apreensões.

    Segundo a PF, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa responsável por monitorar autoridades públicas de forma ilegal e produzir notícias falsas utilizando os sistemas da Abin.

    A CNN procurou a defesa dos presos e da atual direção da Abin, e aguarda retorno.

    O que diz Alexandre Ramagem

    O ex-diretor-geral da Abin se manifestou, nas redes sociais, a respeito do caso na manhã desta sexta-feira (12).

    “Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.

    O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.

    A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin.

    Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade.

    Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial.

    A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação.

    Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional.

    Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa.

    No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro.”