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Novo foguetão europeu Ariane 6 será lançado na terça-feira com nanossatélite português a bordo

A bordo do foguetão seguirá o ISTSat-1, o primeiro nanossatélite concebido por uma instituição universitária portuguesa.
Lusa 7 de Julho de 2024 às 08:22
Agência Espacial Europeia
Agência Espacial Europeia FOTO: REUTERS/Michael Kooren
A Agência Espacial Europeia (ESA) vai lançar na terça-feira o novo foguetão Ariane 6, que fará o seu voo inaugural levando a bordo um nanossatélite português, construído por estudantes e professores do Instituto Superior Técnico (IST).

O lançamento, da base espacial europeia em Kourou, na Guiana Francesa, está previsto para entre as 19:00 e as 23:00 (hora de Lisboa).

O teleporto de Santa Maria, nos Açores, operado pela Thales Edisoft Portugal, vai ser a primeira estação a fornecer dados do foguetão, indicou à Lusa a empresa, que "irá contribuir para o estabelecimento de comunicações durante uma fase crítica da missão".

Segundo a Thales Edisoft Portugal, o lançamento inaugural do Ariane 6 "marca o regresso da capacidade operacional europeia de acesso ao espaço".

A bordo do foguetão seguirá o ISTSat-1, o primeiro nanossatélite concebido por uma instituição universitária portuguesa.

O ISTSat-1 vai servir para testar um novo descodificador de mensagens enviadas por aviões que permitirá a sua deteção em zonas remotas e aferir a viabilidade do uso de nanossatélites na receção de sinais sobre o estado de aeronaves, como velocidade e altitude, para efeitos de segurança aérea.

"A equipa do Técnico estará a receber as informações do satélite na estação-terra do polo de Oeiras e a verificar, comparando os dados recebidos com dados de referência, se o satélite cumpre as funções previstas e possui o desempenho esperado", precisou o IST em esclarecimentos anteriores à Lusa.

O ISTSat-1 vai estar posicionado a 580 quilómetros da Terra, acima da Estação Espacial Internacional, a "casa" e laboratório dos astronautas, e enviar os primeiros dados até cerca de um mês depois do início das operações.

O nanossatélite, que custou cerca de 270 mil euros, ficará em órbita entre cinco e 15 anos antes de reentrar na atmosfera.

"É um projeto multidisciplinar ótimo para ajudar a formar bons profissionais de engenharia", sublinhou, citado pelo IST, o professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Rui Rocha, que coordenou o trabalho.

Junto com o ISTSat-1 irão outros satélites e equipamentos científicos de instituições, empresas e agências espaciais estrangeiras.

O Ariane 6, cujo voo inaugural ocorre com um atraso de quatro anos e teve um custo de 4,5 mil milhões de euros, irá suceder ao Ariane 5, que fez o seu último voo em julho de 2023.

A ESA, da qual Portugal é Estado-Membro desde 2000, prevê um segundo lançamento, desta vez comercial, da nova gama de foguetões europeus até ao final do ano. Para os dois anos seguintes estão programados 14 voos.

É com este foguetão que a ESA pretende enviar em 2026 a sonda espacial Plato, que irá "fotografar" milhares de estrelas e procurar planetas semelhantes à Terra. A missão tem participação científica portuguesa, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

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