"Não é possível encontrar um mundo melhor, mais justo, mais inclusivo e totalmente sustentável sem a contribuição das mulheres. (...) O seu pensamento é diferente do dos homens, porque estão mais atentas à proteção do ambiente e o seu olhar não se volta para o passado, mas para o futuro." Quem o diz é o Papa Francisco, que desde o início do seu pontificado tem procurado responder às reivindicações das mulheres católicas, que exigem um papel mais interventivo na Igreja, estando a ser preparado neste momento, pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, um documento nesse sentido, segundo informou o Vaticano.
Francisco já nomeou várias mulheres para altos cargos e encorajou o debate sobre outras formas de fazer ouvir as vozes femininas, sendo previsível que o documento venha a reforçar a posição das mulheres na Igreja em funções de liderança.
Fica, contudo, excluída a questão do sacerdócio, embora possam vir a ter acesso ao diaconado. Os diáconos são ministros ordenados, mas não são padres, ainda que possam desempenhar funções como presidir a casamentos, batizados e funerais. Não podem, no entanto, celebrar missa.
"Abrir espaço na Igreja para as mulheres não significa dar-lhes um ministério, não", afirmou o Papa Francisco em entrevista recente ao canal norte-americano CBS News, no programa ‘60 minutos’, pelo que o sacerdócio feminino não constará do documento em elaboração.
Posição críticaA Conferência da Ordenação de Mulheres, que defende a ordenação de mulheres como sacerdotes, disse que relegar a questão do acesso das mulheres ao diaconado não é sinal de uma Igreja que procura envolver mais as mulheres.
Comissões MistérioDurante os seus 11 anos de pontificado, o Papa Francisco nomeou duas comissões para estudar a possibilidade de as mulheres terem acesso ao diaconado. Contudo, os resultados desse trabalho nunca foram divulgados.