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Carlos Rodrigues

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A Europa tem esperança: não é inevitável que Le Pen seja Presidente.

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 8 de Julho de 2024 às 00:32
A eventual chegada de Marine Le Pen à presidência francesa significaria, se não o fim da União Europeia, pelo menos uma mudança radical no projeto comum que nos une a outros 26 Estados soberanos.

O resultado das eleições francesas de ontem representa uma surpresa, atendendo ao facto de que as sondagens apontavam para uma eventual maioria absoluta da extrema-direita.

No fim das contas, e com uma participação histórica no ato eleitoral, o partido de Le Pen fica não só distante da maioria no Parlamento, como cai para o terceiro lugar. Em suma, a aliança tácita entre a esquerda, a extrema-esquerda e os centristas de Macron, devido ao peculiar sistema eleitoral francês, impediu a União Nacional de ganhar as eleições e retirou-lhe inúmeros lugares no Parlamento.

O sistema determina que quem tem mais votos ganha o lugar, e a desistência cruzada de candidatos da esquerda e do centro, transferindo os votos, da primeira para a segunda volta, para quem está mais bem colocado e permanece na corrida, forçou a derrota de Le Pen e do seu delfim de 28 anos, Jordan Bardella.

Este efeito de tenaz política asfixia a extrema-direita. Agora, sabemos que não é uma inevitabilidade que Le Pen venha a ser Presidente da França. Isso é um enorme sinal de esperança para a construção europeia.
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