Barra Medialivre

Correio da Manhã

Opinião
4
Piloto morre em corrida de motos no Estoril

Carlos Rodrigues

Bilhete Postal

Os portugueses não estão disponíveis para abdicar das contas certas.

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 25 de Junho de 2024 às 00:32
Se há herança política relevante dos anos de António Costa é a afirmação clara do equilíbrio orçamental como algo que os portugueses valorizam. Nas últimas décadas, o facto de a democracia ser sinónimo de défices desgastou simbolicamente o regime, ao ponto de levar a República até à beira da bancarrota. Foi desta desvalorização moral que a política de contas certas resgatou o País. A síntese perfeita é a afirmação de que a liberdade dos portugueses é reforçada sempre que o Estado tem as contas equilibradas, e isso tornou-se numa evidência quando o resgate da ‘troika’ nos tirou a capacidade de governarmos a nossa própria vida. É por isso natural que a notícia do regresso aos défices provoque um sobressalto. Os números do primeiro trimestre são fruto de uma série de medidas pontuais e de compromissos únicos, e não invalidam a perspetiva de 2024 chegar ao fim com as contas no verde. Nos próximos dias, o anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, responsável ainda pelo período temporal agora analisado, dará, seguramente, as explicações necessárias, e dará garantias de que o balanço deste ano não ficou em causa. A seguir, será a vez de o atual Governo começar a fazer contas a todas as medidas que tomou. Os portugueses não estão disponíveis para abdicar novamente do sossego do orçamento equilibrado.



Ver comentários
C-Studio