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Opinião
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Carlos Rodrigues

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Entrará o Chega em ‘fade out’, ao ritmo das votações ao lado do PS?

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 11 de Junho de 2024 às 00:32
Os extremos encolheram nas europeias, mas isso tem causas diferentes à esquerda e à direita. De um lado, Ventura descobre que o partido tem pouca ou nenhuma sustentação sociológica. O voto de protesto de 10 de março rapidamente se esvaziou, ou pelo menos os eleitores perderam a sensação de urgência em mudar o estado das coisas. Houve 800 mil portugueses que confiaram no Chega nas legislativas, e que agora simplesmente mudaram de ideias. A grande dúvida que resulta destas eleições é saber se André Ventura e o seu partido serão ou não um fenómeno passageiro, destinado a entrar num ‘fade out’ mais ou menos acelerado, ao ritmo das votações ao lado do PS. Parecia impossível colocar esta questão há apenas 3 meses, quando 50 deputados viraram a face do Parlamento da República. Do lado do Bloco e do PCP, o esvaziamento tem outros motivos profundos. A esquerda empenhou as energias principais em temas fraturantes, como se dizia até há pouco tempo, e afastou-se aos poucos da sua verdadeira razão de ser. A defesa dos direitos dos trabalhadores, a luta por melhores salários e condições de vida para os mais pobres e desfavorecidos, a força que batalha pelo equilíbrio na velha luta de classes, mesmo que revista à luz dos nossos dias, tudo isso ficou entregue preferencialmente aos movimentos sindicais de natureza diversa, e esse foi o erro histórico dos partidos da extrema-esquerda.
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