Tem razão, o bastonário da Ordem dos Médicos, ao dizer que o plano ontem apresentado em Conselho de Ministros prova que o Governo considera a Saúde uma prioridade. Nem de outra forma poderia ser, como aqui foi explicado há dois dias, porque sem o caos nos hospitais, nas consultas e nas listas de espera este Executivo não teria, muito provavelmente, chegado ao poder. E mais: sem resolver a crise da Saúde, o Governo da AD não terá sucesso e dificilmente se conseguirá aguentar.
Ora, isso levanta a necessidade de avaliar as medidas agora apresentadas, baseadas sobretudo nos incentivos para a resolução dos problemas, na promessa de mais médicos e numa série de medidas de operacionalização logística, que visam reduzir os tempos de espera.
Nada garante que este primeiro plano de emergência, que tinha sido prometido pelo primeiro-ministro para os primeiros 60 dias no cargo, consiga resolver os principais problemas que continuam a registar-se, independentemente da mudança da maioria política no Governo da República.
Luís Montenegro não deve ter ilusões: a Saúde representa o maior risco para a sobrevivência política do seu Governo minoritário. O Executivo deve ir para o terreno: não é com ‘PowerPoints’ elegantes que vai conseguir sarar a ferida que se abriu na confiança dos cidadãos no sistema.