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Carlos Rodrigues

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Há um manto de silêncio em redor do problema crescente dos sem-abrigo.

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 29 de Maio de 2024 às 00:32
O crescimento do fenómeno dos sem-abrigo nalgumas das principais cidades do país representa o colapso da função social do Estado. Fruto do efeito conjugado da pobreza, do aumento das migrações e da crise da habitação, este é um flagelo que não deve deixar ninguém indiferente. Para além da Igreja, de algumas misericórdias e de ações beneméritas esparsas, mas variadas, a verdade é que este problema tende a ser desvalorizado no espaço público prevalecente. Há um manto de silêncio em redor dos sem-abrigo, que visa sobretudo manter a sociedade imune ao problema. Longe da vista, longe do coração, parece ser o discurso político maioritário. Mudar esta forma de esconder o problema é um dos méritos do grito de alerta lançado há dias pelo presidente da Câmara de Lisboa, que solicitou a ajuda do governo e da Presidência da República. A capital é, até pela sua dimensão, a cidade onde o problema se impõe com maior gravidade. Carlos Moedas fez bem, por isso, ao lançar o apelo que lançou. Combater o fenómeno dos sem-abrigo é um imperativo categórico fundamental de uma sociedade moderna. O pior que o governo poderia fazer era remeter a responsabilidade exclusivamente para as autarquias. Esta é uma área onde é urgente um plano integrado entre várias dimensões do Estado. Só assim se poderá combater o fenómeno dos sem-abrigo em Portugal.
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