Mais de três décadas após o final da Guerra Fria, os Estados Unidos vão voltar a estacionar mísseis de longo alcance na Alemanha, num "aviso" claro à Rússia. A medida foi ontem anunciada à margem da Cimeira da NATO em Washington, que concluiu com uma forte manifestação de apoio à Ucrânia e críticas à China, considerada como um "facilitador decisivo" do esforço de guerra russo.
O anúncio do envio de mísseis americanos para a Europa, a partir de 2026, é visto como uma forte garantia do compromisso dos EUA para com a segurança dos aliados europeus. Em causa está um número indeterminado de mísseis de cruzeiro ‘Tomahawk’, SM-6 e outros sistemas de longo alcance, incluindo mísseis hipersónicos ainda em desenvolvimento.
"Não podemos descartar a possibilidade de um ataque contra a soberania e integridade territorial dos Aliados", alerta o comunicado final da cimeira. A Rússia já prometeu responder ao que considera como "uma nova aproximação da infraestrutura militar da NATO" ao seu território.
Os 32 Estados-membros da Aliança sublinharam ainda que o caminho da Ucrânia para a adesão à NATO é "irreversível" e reiteram o compromisso de enviar 40 mil milhões de euros em ajuda militar no próximo ano.
O comunicado da NATO reforça ainda a linguagem referente à China, considerando Pequim como um "facilitador decisivo" do esforço de guerra russo na Ucrânia e um "desafio sistémico" à segurança da Europa.
Ataques sem limitesO Presidente ucraniano pediu aos aliados para levantarem a proibição de atacar o território russo com as armas fornecidas pelo Ocidente. "Se queremos vencer, não podemos ter limites", afirmou Volodymyr Zelensky.
Encontro com TrumpO PM da Hungria, que irritou os aliados europeus ao reunir-se na semana passada com Vladimir Putin e Xi Jinping para discutir um alegado "plano de paz" para a Ucrânia, encontrou-se ontem na Florida com Donald Trump.