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Rússia teria planejado atentado contra CEO da Rheinmetall

Fabricante alemã de armas ganhou importância para a defesa da Europa na esteira da guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa americana, plano foi descoberto pelos serviços de inteligência dos EUA.

Por Deutsche Welle

Serviços de inteligência dos Estados Unidos descobriram que a Rússia planejava assassinar o CEO da fabricante alemã de armas Rheinmetall, que tem abastecido a Ucrânia com insumos para a guerra, informaram nesta quinta-feira (11/07) veículos de mídia americanos.

O plano para assassinar Armin Papperger seria um de uma série de outros assassinatos de empresários do setor bélico europeu planejados pelo governo russo em retaliação pelo apoio dessas firmas a Kiev, e teria sido descoberto no início do ano, conforme relatado à CNN por fontes anônimas oficiais de governos do Ocidente.

Em comunicado, a Rheinmetall afirmou que "sempre" adota as "medidas necessárias" em conversas frequentes com autoridades de segurança.

Segundo o semanário alemão Der Spiegel, a sede da empresa já era protegida em janeiro por uma viatura policial e dois agentes armados.

Procuradas pela agência de notícias Reuters, a Embaixada da Rússia em Washington e o governo russo não se pronunciaram sobre o caso, que também foi noticiado pelo jornal The New York Times e pelo semanário The Economist.

O Der Spiegel afirma que autoridades alemãs de segurança teriam sido alertadas cerca de dois meses atrás sobre uma possível ameaça, mas sem informações concretas sobre o tipo de atentado planejado ou suspeitos.

Ao comentar os planos para assassinar o empresário, a ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, afirmou que a Rússia trava uma guerra híbrida que inclui ciberataques e atos de sabotagem. "Isso reforça mais uma vez que nós, como europeus, precisamos nos proteger o melhor que pudermos e não ser ingênuos."

Um porta-voz do ministério alemão do Interior não quis comentar a notícia, mas frisou que as autoridades de segurança do país "estão muito vigilantes e agem de acordo", e que o governo "não se deixará intimidar por ameaças russas".

Empresa é gigante mundial no ramo

Uma das maiores fabricantes mundiais de munições e tanques de artilharia, a Rheinmetall começou a aumentar sua produção após a Rússia invadir a Ucrânia, no início de 2022.

Em maio de 2023, a empresa anunciou ter criado uma joint venture com a estatal ucraniana Ukroboronprom para construir e consertar tanques e, em fevereiro deste ano, a fabricante divulgou planos para uma fábrica de munições no país.

Dois meses depois, Papperger viu um de seus imóveis pegar fogo após um atentado cujas circunstâncias ainda não foram esclarecidas.

Recentemente, a empresa foi encarregada de produzir até 8,5 bilhões de euros (R$ 50,2 bilhões) em munições e 3,5 bilhões de euros (R$ 20,7 bilhões) em veículos militares para as Forças Armadas da Alemanha.

ra (Reuters, ots)

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