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2016, REVISTA MUNDO ANTIGO
O objetivo deste artigo é analisar as representações do rei vândalo Genserico por Sidônio Apolinário, um membro das elites do Império Romano nascido na Gália, que viveu entre as décadas de 430 e 480 e se mostrou um observador atento de seu contexto e das transformações que o Império Romano do Ocidente estava passando no século V. Utilizaremos como documentação três Panegíricos escritos por Sidônio Apolinário, são eles: Panegírico de Ávito, Panegírico de Majoriano e Panegírico de Antêmio. Os Panegíricos romanos eram formas de discursos laudatórios, originários da Grécia, que conheceram grande popularidade no período da Antiguidade Tardia. Nos três Panegíricos estudados, Sidônio justifica a ascensão dos imperadores Ávito, Majoriano e Antêmio, como consequência da possibilidade desses imperadores vencerem povos considerados “bárbaros”, como os vândalos liderados por Genserico e, da mesma forma, tece considerações sobre como percebe os povos de origem germânica. Nossa an��lise se vinculará aos estudos da Nova História Cultural, em especial utilizando o conceito de representações de Roger Chartier. Palavras-chave: Sidônio Apolinário – Genserico – Vândalos – Panegíricos - Império Romano do Ocidente.
Revista Mundo Antigo – Ano V, V. 5, N° 10 – Junho – 2016 – ISSN 2238-8788
Representações de Genserico, rei dos vândalos, nos Panegíricos do aristocrata galo-romano Sidônio Apolinário (século V d. C.). Semíramis Corsi Silva e Gabriel Freitas ReisRESUMO: O objetivo deste artigo é analisar as representações do rei vândalo Genserico por Sidônio Apolinário, um membro das elites do Império Romano nascido na Gália, que viveu entre as décadas de 430 e 480 e se mostrou um observador atento de seu contexto e das transformações que o Império Romano do Ocidente estava passando no século V. Utilizaremos como documentação três Panegíricos escritos por Sidônio Apolinário, são eles: Panegírico de Ávito, Panegírico de Majoriano e Panegírico de Antêmio. Os Panegíricos romanos eram formas de discursos laudatórios, originários da Grécia, que conheceram grande popularidade no período da Antiguidade Tardia. Nos três Panegíricos estudados, Sidônio justifica a ascensão dos imperadores Ávito, Majoriano e Antêmio, como consequência da possibilidade desses imperadores vencerem povos considerados "bárbaros", como os vândalos liderados por Genserico e, da mesma forma, tece considerações sobre como percebe os povos de origem germânica. Nossa análise se vinculará aos estudos da Nova História Cultural, em especial utilizando o conceito de representações de Roger Chartier. Palavras-chave: Sidônio Apolinário-Genserico-Vândalos-Panegíricos-Império Romano do Ocidente. ABSTRACT: The aim of this paper is to analyze the representations of the Vandal king Genseric by Sidonius Apollinaris, a member of the elite of the Roman Empire borned in Gallia, lived in the decades of 430 and 480 and showed a watchful observer of his context and transformations that the Empire Roman has experiencing in the fifth century. We will take as our documentation three Panegyrics written by Sidonius Apollinaris, they are: Panegyric of Avitus, Panegyric of Majorian and Panegyric of Anthemius. The Roma's Panegyrics were forms of laudatory speeches, originating in Greece, that knowed great popularity in the period of Late Antiquity. In the three Panegyrics, Sidônio justifies the rise of Avitus, Majorian and Anthemius, as a consequence of the possibility of these emperors win people considered "barbarians", as the Vandals led by Genseric and, similarly, reflects on how he perceive the people of German origin. Our analysis will be linked to the study of New Cultural History, especially using the concept of representations of Roger Chartier.
Sidônio Apolinário foi um aristocrata galo-romano cristão da região de Lugduno (atual Lyon, França), na Gália Lugdunense, que viveu da década de 430 até 480. Seu pai e seu avô haviam sido Prefeitos do Pretório das Gálias e por parte de mãe ele era aparentado com os Ávitos da Arvérnia (ainda hoje com esse nome, França), laço fortificado por seu casamento com Papianilla, filha do futuro imperador Ávito. Sidônio recebeu como dote uma propriedade rural arvernesa chamada Avitacum. Sua carreira política ascendeu por conta da declamação de seus panegíricos a imperadores romanos, o primeiro a seu sogro Ávito, que lhe rendeu uma estátua erguida no Fórum de Trajano, o segundo a Majoriano, derrotador da conspiração lugdunense com os burgúndios contra si, que rendeu a Sidônio os títulos de conde e senador, e o terceiro a Antêmio, genro do imperador oriental, o que lhe fez se tornar patrício, Prefeito de Roma, e, em 469, bispo da Arvérnia, onde lutou contra os desmandos do rei visigodo de Tolosa (atual Toulouse, França) Eurico I (466-484), que tentou anexar toda a Aquitânia. O nosso autor viveu em um período de intensos contatos culturais entre diferentes povos germânicos presentes em variadas regiões do Império Romano, sobretudo em sua parte ocidental, tendo vivido na época mais intensa das redefinições políticas ligadas à formação das monarquias romano-germânicas. Seu vasto corpus documental, com epístolas e poemas, dessa forma, está repleto de representações desses povos. Em seus três panegíricos temos representações sobre os conflitos e negociações culturais, étnicas e políticas da época nas regiões nas quais elas se faziam mais intensas, como a Itália, a África, a Gália e o vasto território da Germânia. Nossas análises, então, pretenderam dar conta de responder às questões sobre os processos de continuidades e rupturas promovidos por esses restabelecimentos de fronteiras identitárias nos quais se envolvem questões políticas, religiosas e culturais. Assim, pretendemos ter mostrado que esse período diz respeito a uma continuação das estruturas da Antiguidade em transformação, configurando-se dentro das ideias daqueles que a consideram uma Antiguidade Tardia. Utilizar-nos-emos do conceito de representação de Roger Chartier, ligado à Nova História Cultural, e também do conceito de fronteira étnica e identitária amparados nos estudos do antropólogo Fredrick Barth.
Resumo: A temática do presente trabalho concentra-se em conflitos e negociações fronteiriços estabelecidos entre a elite galo-romana e confederações tribais germânicas presentes na região da Gália do século V EC. Também tratamos de um movimento que engloba crises e ressignificações políticas gaulesas relativas ao governo republicano romano centrado em Ravena e controlado pela nobreza itálica. Para esses estudos, utilizamos o corpus documental de um autor galo-romano que escreveu várias obras no século V EC, Sidônio Apolinário. Sabemos que esse autor nasceu em Lugduno (atual Lyon, França) entre 430/433 e esteve ativo politicamente da década de 450 até sua morte, na década de 480. Durante esse tempo, seguiu uma carreira política ligada à corte do Império Romano do Ocidente, o que lhe proporcionou vários títulos de nobreza, inclusive na esfera eclesiástica, como bispo da Arvérnia. A proximidade entre Sidônio Apolinário e os governos germânicos estabelecidos na Gália de sua época, bem como entre ele e o governo imperial romano, permitiu que em suas obras aparecessem, de forma densa, as relações histórico-sociais estabelecidas entre as diversas elites que buscavam poder no território gaulês. Nossa pesquisa, dentro desse quadro, pretende analisar a lógica das alianças e dos acordos estabelecidos entre a elite galo-romana com o objetivo de perpetuar seu poder na esfera da Gália, quando as crises políticos-militares ocorridas na Itália impediram que as elites dessa península protegessem as fronteiras renanas do Império. Intentamos compreender a forma de funcionamento de identidades culturais com finalidades políticas, tais como a humanitas. Também almejamos entender a lógica das redes de amicitia, atentando-nos para a forma como elas foram utilizadas de acordo com as necessidades e com os interesses de Sidônio Apolinário. Atentar-nos-emos para lógica das identidades cristãs estabelecidas na Gália, bem como para a forma como Sidônio Apolinário utilizou-as em busca de alianças e manutenção de poder e territórios, opondo cristãos arianos e cristãos legais. Buscaremos entender os mecanismos que regeram as representações sidonianas e suas relações de interesse, levando em consideração os elementos retóricos do autor. Diante do que foi apresentado, acreditamos que o trabalho com a documentação sidoniana possa colaborar com o entendimento do processo de transformação de elementos histórico-sociais de seu contexto. Dessa forma, nos inseriremos no complexo debate historiográfico que divide opiniões entre a existência de uma “Queda do Império Romano”, valorizando as rupturas, e entre o pensar do período como um momento de transformações e continuidades. Palavras-chave: Antiguidade Tardia; Império Romano do Ocidente; Nobreza galo-romana; Fronteiras; Sidônio Apolinário.
O presente artigo objetiva apresentar um breve panorama dos filmes e séries televisivas ambientados no Mundo Antigo produzidos, em particular pelos EUA e Itália, ao longo do século XX e início do XXI. Para tal, o artigo está dividido em quatro partes que se referem aos distintos momentos de representação da Antiguidade nas grandes e pequenas telas: do início do século XX à década de 1940 (a ascensão das indústrias cinematográficas italiana e norte-americana); as décadas de 1950 e 1960 (a chamada “era de ouro” de Hollywood); o período compreendido entre os anos 1970 e 1990 (“crise” dos épicos hollywoodianos e ascensão das séries televisivas); e os anos 2000 (o advento do nouvelle peplum). Sem ter a pretensão de esgotar o tema, pretende-se discutir alguns dos usos e apropriações que a indústria cinematográfica, e mais recentemente a televisiva, fez/faz da Antiguidade no geral, e de Grécia e Roma em particular.
Entre a Gallia e a Francia. Brathair, v.8, n.1, p.50-78, 2008. ISSN 1519-9053.
Entre a Gallia e a Francia2008 •
Resumo Este artigo analisa a transformação da Gália romana na Francia merovíngia, no contexto da consolidação da presença germânica no Ocidente (séculos V-VI). Especial ênfase é dada à interação entre francos e galo-romanos na construção de um novo universo sócio cultural e ao impacto do fim do Império do Ocidente sobre os galo-romanos. Palavras-chave: Império Romano – Gália merovíngia – Francos Abstract This article analyses the transformation of Roman Gaul in Merovingian Francia, in the context of consolidation of the German presence in the West (5 th-6 th centuries). Social emphasis is given to the interaction between Franks and Gallo-Romans in the construction of a new socio-cultural universe and the impact of the fall of Western Empire on the Gallo-Romans.
Compilação sobre o tema das fronteiras culturais no mundo antigo, com referências a Pedro Paulo A. Funari.
2018 •
Trata-se de uma coletânea de ensaios de pesquisadores/as com pesquisas desenvolvidas e/ou em desenvolvimento (Mestres e Doutorandos/as) e outros/as em formação (Iniciação científica). Os capítulos da coletânea contemplam variadas sociedades do chamado mundo antigo, que vão das regiões do Crescente Fértil até a Bretanha, passando por regiões menos estudadas como o reino de Axum, por exemplo. A periodização também se estende, desde a recuada formação do monoteísmo hebraico até a afirmação do cristianismo na Antiguidade Tardia e suas fronteiras fluidas com a Idade Média. Tal característica nos mostra como os estudos sobre a Antiguidade têm se desenvolvido no Brasil de forma variada e dinâmica, colocando jovens pesquisadores/as em diálogo sobre múltiplas culturas e temporalidades antigas. Definitivamente, temos aqui uma Antiguidade plural, ou melhor, temos diversas Antiguidades e diferentes povos, entre os quais estão mulheres, homens, effeminati, feiticeiras, generais, guerreiras bárbaras, cristãos, poetas, deusas, etc.
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