Moda
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Por Daniela Oaehmicke (@do_insights)


Dior (Foto: ImaxTree) — Foto: Vogue

Não é só papo de Instagram. E, embora o greenwashing ainda exista, a mudança verde é real e atual. Marcas e designers buscam uma evolução urgente e isso pôde ser visto ao final da Paris Fashion Week. Claro, o caminho ainda é longo, mas a passarela, ainda bem, deu sinais de novos tempos sustentáveis.

E a sustentabilidade é um processo que envolve criatividade. As soluções nem sempre são simples. Por isso, muitas peças não são nem têm a pretensão de ser 100% perfeitas, mas sim de mostrarem um novo caminho. E não são apenas as roupas. Desfiles são performances que nos fazem refletir e nos inspiram.

Um cenário, um jardim, um material alternativo, inclusão e diversidade na passarela. Um passo de cada vez. Mas, se caminharmos juntos, certamente chegaremos mais rápido. Para Vogue, listei 5 inspirações éticas e sustentáveis que cruzaram a catwalk desse verão 2020.

Dior (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

1) #plantingforthefuture - Dior

Quando uma marca com mais de 70 anos de tradição decide plantar o futuro, além de emocionante, é sinal dos novos tempos. A maison abraçou as questões da Terra e desfilou, além de linda moda, esperança. Mais de 170 árvores fizeram parte de um jardim-cenário. Fizeram mais: perceber como o contato com a natureza nos purifica e nos conecta aos ciclos naturais das estações, num grito contra o ritmo fast e a abundância digital.

As árvores, aliás, serão replantadas pela capital francesa – os convidados tiveram acesso a um QR Code para acompanhar todo o processo, o que deixa clara outras duas tendências: tecnologia a serviço da sustentabilidade e transparência. A Dior usou a hashtag #PlantingForTheFuture para promover a iniciativa nas redes sociais. Deu certo.

Louis Vuitton (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

2) Use e reuse - Louis Vuitton

A maison francesa encerrou a temporada com um show de sustentabilidade no cenário. Reviveu a Belle Époque parisiense usando madeira com certificado PEFC, que após o desfile foi doada para reutilização com a ArtStock, a primeira plataforma europeia dedicada a reciclagem de decoração de espetáculos culturais. Use e reuse é o que nos mostrou a Louis Vuitton.

A.P.C. (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

3) Menos é bem mais - A.P.C.

Uma marca cult francesa de nome expressivo. A A.P.C. (Atelier de Production et de Création) acredita em roupas simples, duradouras, sólidas e atemporais. “Estamos fazendo a política da moda de 2020 desde os anos 90 “, disse o fundador da marca, Jean Touitou, para o Financial Times.

Pura verdade: há tempos, a label que criou o projeto de circularidade Butler Jeans, é convicta dos seus valores, originais desde 1987. Na PFW, a peça mais impactante era a jaqueta com “Radically Minimal” escrito nas costas. Uma tradução de um dos seus principais pilares de sustentabilidade: compre menos e melhor.

Stella McCartney (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

4) Beleza natural e modernidade - Stella McCartney

Stella, sempre ela. Principal nome da sustentabilidade na moda atualmente, a criadora fez uma grande celebração em sua coleção de primavera/verão 2020. Foi a coleção mais sustentável da marca, com mais de 75% das peças ready-to-wear feitas com materias eco-friendly. Detalhe: 90% do algodão usado é orgânico. Minha peça favorita é esse vestido floral, feito de um poliéster japonês reciclado.

Courrèges (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

5) Você é o que você usa - Courrèges

Comprometimento e responsabilidade foram os pontos altos da linda coleção da Courrèges. É que a marca francesa demonstrou nas passarelas seu interesse genuíno de se reinventar. Mudança que começa nos materiais, como a introdução do uso da pele do peixe pirarucu. A verdade é que esta é a continuação de um pensamento sustentável da label. Em 2018, com a iniciativa “Fin du Plastique” (fim do plástico), ela descontinuou o uso de plásticos de origem do petróleo.

Foi um grande desafio para marca, que teve que recriar sua peça mais icônica: a jaqueta. Desta vez, foram mais longe (literalmente), e cruzaram o oceano para estabelecer uma séria parceria com o Instituto-e, fundada pelo Oskar Metsavaht, o precursor da pele do peixe. Como decretou a marca: “Sustentabilidade não é um destino, mas um processo: é sobre criatividade, não austeridade; prazer, não abstinência; hoje, não amanhã.” Voilà!

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