Cultura
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Por Roberta Ristow


Marina Abramovic (Foto: Reprodução/Instagram) — Foto: Vogue

Em 2010, Marina Abramovic apresentou a performance The Artist is Present (A artista está presente) no Museu de Arte Moderna de Nova York. Lá, passou 700 horas sentada numa cadeira cara a cara com os visitantes. A cena da artista com seu vestido vermelho rodou o mundo, celebridades como Lady Gaga e Isabella Rosselini fizeram fila para encará-la no vão central do MOMA e ser parte da obra.

Abramovic desafia os limites do corpo desde o início de sua carreira, no começo dos anos 70. Desta vez, é diferente, a artista se une ao que há de mais moderno em termos de tecnologia para expandir o alcance de sua arte que antes era limitada ao seu corpo. “O fato de que o projeto possa ser repetido em qualquer lugar do mundo sem que seja necessária minha presença é absolutamente incrível. Eu posso estar presente em qualquer parte do planeta”, contou Marina Abramovic à Vogue.

A artista criou em parceria com o Tin Drun, coletivo de tecnologia que estreia no mundo da arte, uma performance de mixed reality. Pela primeira vez, uma obra de arte utiliza uma tecnologia que permite que o espectador veja tanto o que é criado pela realidade virtual quanto o que acontece a sua volta, bastante diferente dos aparatos tecnológicos usados até então, onde o visitante tem a visão bloqueada e perde a noção do ambiente externo. “Quando você ia ao museu ver uma obra de realidade virtual, colocava os óculos e se isolava completamente, não enxergava mais os seus amigos nem os outros visitantes, apenas focava no que o aparato te mostrava. Ir ao museu é algo que une as pessoas, uma experiência que deve ser vivenciada com os outros, algo que antes não era possível acontecer nas obras que envolvem RV. É a primeira vez que algo assim é mostrado. O que estamos apresentando aqui é um diálogo entre o que há de mais importante nas artes visuais e o que existe de mais avançado na tecnologia”, contou à Vogue Hans Ulrich Obrist, Diretor artístico da Serpetine Galleries.

Para criar uma versão digital que fosse o mais fiel possível a realidade, Abramovic foi filmada por 36 câmeras diferentes em um estúdio ultramoderno na França. O resultado é uma espécie de holograma da artista que surge de vestido vermelho vivo, sua marca registrada, e se materializa e desmaterializa durante a apresentação. A performance minimalista dura 19 minutos.

Segundo Hans Ulrich Obrist, é particularmente bom poder viabilizar esta obra com a Marina Abramovic, pioneira da performance no mundo “É uma forma de imortalizar o trabalho dela. Muito tempo depois de todos nós morrermos, Marina ainda estará presente, a obra ainda existirá. É uma forma muito interessante de transportar a performance para o futuro”.

Marina Abramovic: The Life será apresentada até 24 de fevereiro na Serpentine Galleries. A entrada é gratuita, mas é preciso reservar pelo site https://www.serpentinegalleries.org

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