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No Dia Internacional da Pesquisa Clínica: Instituto Vencer o Câncer destaca o que é verdadeiro ou falso sobre o tema

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Os avanços científicos em qualquer área da Medicina dependem de estudos que vão avaliar novas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças. Isso também é uma realidade na Oncologia.

Impulsionar estes avanços e melhorar o acesso a essas inovações são objetivos da Rede Vencer o Câncer de Pesquisa Clínica, com a implantação de centros de pesquisa em hospitais do SUS e filantrópicos. Seis centros nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste já foram capacitados e o objetivo é chegar a 20 em 2024.

As pesquisas clínicas promovem benefícios para os pacientes, profissionais e instituições de saúde, para o país. Mas ainda são alvo de desconhecimento e desinformação.

Neste 20 de maio, Dia Internacional da Pesquisa Clínica, convidamos o oncologista Marcelo Corassa para quebrar alguns mitos e informações falsas sobre o assunto. Ele é líder da Unidade de Câncer de Pulmão e Neoplasias do Tórax da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer.

O médico traz as #Truenews sobre os estudos clínicos e a importância deles para o avanço do controle do câncer.

#Fakenews: Participar de uma pesquisa clínica é como ser uma cobaia.

“Esse é um dos maiores fakes que a gente pode ter”, define Marcelo Corassa. “O que nós sabemos é que qualquer pesquisa clínica é um estudo bem estabelecido que passa por várias fases diferentes. Existem fases iniciais, fases bem precoces… e que esses são tratamentos realizados para a gente possa garantir que haja segurança. Depois da segurança ser bem estabelecida, esses pacientes vão passando por diversos critérios. Nós vamos incluindo outros pacientes com critérios de eficácia, critérios de comparação”. 

“Então não é ser uma cobaia, essa palavra é muito ruim, uma palavra muito pesada, porque participar de uma pesquisa clínica é, na verdade, participar da evolução da ciência, participar da evolução de todo o conhecimento. Na pesquisa clínica, o que mais vai se prezar sempre é a segurança do paciente. O que eu quero dizer com isso? Sempre vamos atrás do que é mais seguro. Se o paciente não estiver se beneficiando, se o risco for alto, isso sempre é pré-estabelecido”. 

Marcelo Corassa faz um esclarecimento importante: “Os pacientes que estão no braço de comparação dos estudos, o tratamento padrão (que não recebem o novo medicamento), sempre deverão receber pelo menos o tratamento padrão. Então, achar que participar de pesquisa clínica como se chama cobaia é um fake muito grande e isso tem que ser debatido, isso tem que ser colocado como um mito.”

#Fakenews: Pesquisas clínicas são realizadas sem o consentimento dos participantes.

O oncologista ressalta que, para que o paciente participe de uma pesquisa clínica, é fundamental um termo de consentimento livre e esclarecido. “Portanto, pesquisas clínicas não podem, de forma nenhuma, ser realizadas sem que haja o consentimento dos participantes. Inclusive, um ponto que é fundamental é que qualquer pesquisa só pode ser iniciada uma vez que um termo de consentimento foi assinado, que haja esclarecimento sobre todos os detalhes, todas as informações”. 

Apenas quando tudo foi muito bem explicado, quando todas as dúvidas foram tiradas, é possível começar o primeiro procedimento de estudo. “A gente não pode pedir nenhum hemograma para o paciente se não tivermos um termo de consentimento. E o termo de consentimento, uma vez que ele começa, não é um termo perene, não é um contrato de fidelidade. Uma vez que o paciente não queira mais permanecer no estudo, por qualquer motivo que seja, isso não é um problema. O paciente pode retirar seu consentimento a qualquer momento”.

#Fakenews: Todos os estudos clínicos envolvem medicamentos experimentais.

Marcelo Corassa avisa: “nem todos os estudos clínicos envolvem apenas medicamentos experimentais. Lembrando que todos os medicamentos que hoje são utilizados normalmente no nosso dia a dia foram testados dentro de experimentos em algum momento”. 

“Existem estudos muito iniciais, estudos muito pequenos, em que a gente vai ter realmente drogas que vão ser testadas pela primeira vez em humanos, ou pela primeira vez em voluntários saudáveis, ou mesmo em pacientes já doentes. Mas muitos estudos incluem drogas que já existem há muito tempo, mas que são abordadas de outra forma”. 

O médico exemplifica: “uma droga que foi feita para casos avançados, a gente pode utilizar no cenário inicial. Um remédio que foi feito para câncer de mama pode ir para o câncer de pulmão. Então, o que nós temos são estratégias diferentes, que podem ser mediante uma droga experimental ou com medicamentos que a gente já conhece há muito tempo e que nós estamos buscando uma nova forma de usar”.

#Fakenews: Pesquisas clínicas são muito perigosas.

“Essa é uma das maiores falácias que a gente pode ter”, define o oncologista. “Pesquisas clínicas são cenários construídos totalmente em segurança. A segurança sempre vai estar em primeiro lugar”.

#Fakenews: Pesquisas clínicas são feitas secretamente.

 “Pesquisas clínicas têm que ser publicadas em diversos sites, em diversos cadastros, para garantir que nós tenhamos transparência no processo de elaboração e no processo de desenvolvimento”, enfatiza o médico. 

Logotipo do Instituto Vencer o Câncer

O Instituto Vencer o Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), fundada pelos oncologistas Dr. Antonio Carlos Buzaid e Dr. Fernando Cotait Maluf, com atuação em 3 pilares: (1) Informação de excelência e educação para prevenção do câncer. (2) Implementação de centros de pesquisa clínica para a descoberta de novos medicamentos. (3) Articulação para promoção de políticas públicas em prol da melhoria e ampliação do acesso à prevenção, ao tratamento e à cura do câncer.

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