O CEO mundial da Enel, Flavio Cattaneo, se reuniu na manhã deste sábado na Itália com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reafirmou que o grupo fará investimentos de US$ 3,7 bilhões no país, informou a empresa em comunicado à imprensa.
O valor, a ser aplicado de 2024 a 2026, já foi informado pela empresa diversas vezes e já estava previsto antes do apagão que deu início à crise no fim do ano passado atribuído a eventos climáticos. A única mudança é que a fatia para manutenção aumentou de 53% para 80%, mas não houve incremento de capital.
“O governo brasileiro e a nova gestão da Enel convergiram numa série de pontos, principalmente em relação à informação de que o Brasil é um dos países mais importantes dentro da estratégia de crescimento da empresa. O significativo montante de investimentos que o grupo direcionou ao país no Plano Estratégico apresentado ao mercado no último mês de novembro marca uma mudança de rumo e um aumento de 45% em relação aos aproximadamente US$ 2,5 bilhões previstos no Plano Estratégico da gestão anterior e demonstra a grande atenção ao Brasil”, diz o comunicado.
O diretor de Relações Externas da Enel, Nicolò Mardegan, o ministro de Minas e Energia brasileiro, Alexandre Silveira, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também participaram do encontro de hoje, segundo a nota.
Segundo a Enel, após os eventos climáticos extremos que em 2023 causaram interrupções no serviço elétrico em algumas áreas de suas concessões, a empresa lançou um plano que prevê aumento dos investimentos em qualidade e resiliência, e da sua força de trabalho no país, o que vem sendo compartilhado com autoridades brasileiras durante os encontros institucionais nos últimos meses.
Relembre
Desde o ano passado, a Enel tem enfrentado problemas no fornecimento de energia aos consumidores em suas áreas de atuação no Brasil, especialmente na região metropolitana de São Paulo, onde atua a Enel Distribuidora SP.
Uma forte tempestade no dia 3 de novembro deixou 2,1 milhões de consumidores na capital paulista e em 23 municípios da região metropolitana sem energia.
Diversos bairros paulistanos ficaram mais de 22 horas sem luz e a empresa só conseguiu restabelecer a maior parte do serviço uma semana após o fenômeno climático.
A drástica redução de 36% no quadro de funcionários associada ao aumento da base de clientes levou a questionamentos de especialistas sobre a capacidade da empresa de responder às situações de emergência.
Neste ano, moradores do centro da cidade vêm registrando uma série de apagões.
A Secretaria Nacional do Consumidor multou a Enel São Paulo em mais de R$ 13 milhões por esses problemas e demora no restabelecimento do serviço e recomendou ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a revogação da concessão do serviço e uma intervenção administrativa.
A Aneel também multou a Enel em R$ 165,8 milhões e iniciou um processo para avaliar a possibilidade de extinção do contrato. A companhia se defende reafirmando seu compromisso com o país e anunciando e reiterando planos de investimento.
A companhia também diz estar mais próxima da população emitindo pré-alertas de temporais via aplicativos de mensagem que podem atingir a rede. E com o aprendizado, se diz mais ágil para mobilizar um contingente maior de profissionais em momentos de emergência.
Especialistas do setor dizem que não há garantias de que o valor que tem sido repetido pela empresa será suficiente para evitar futuros blecautes.
Em consequência da crise, a empresa também enfrenta mudanças na diretoria, com a renúncia do presidente Max Xavier Lins da presidência da distribuidora de São Paulo após os apagões, e a nomeação de Guilherme Lencastre para o cargo.
Já em novembro, a Enel Brasil indicou Antonio Scala para presdir o grupo no país em substituição a Nicola Cotugno, que deixou o cargo para se aposentar. Na ocasião, a empresa informou que a saída de Cotugno já havia sido definida em outubro — antes dos episódios climáticos —, mas foi prorrogada devido aos problemas enfrentados pelas distribuidoras do grupo em São Paulo e Rio de Janeiro.
A habilidade da Enel no cenário político também sempre foi desafiadora. A empresa enfrentou contratempos em Goiás, experimentando considerável pressão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil),quando teve a distribuidora de Goiás, vendida para a Equatorial em 2022.
No Rio, dirigentes políticos já expressaram críticas à empresa, agravadas pelo fato de que parte da área de concessão da Enel está em regiões sob influência do narcotráfico e controle armado de milícias.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
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