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Por — De São Paulo


Pórticos para pesagem em movimento na BR-365, em Uberlândia (MG) — Foto: Divulgação
Pórticos para pesagem em movimento na BR-365, em Uberlândia (MG) — Foto: Divulgação

Conectividade, sustentabilidade e inteligência artificial, além de drones e robôs, são pilares do futuro da infraestrutura rodoviária do país, dizem players do setor. Esses recursos se somarão a tecnologias já em operação, como sensores de velocidade e acústicos, câmeras, semáforos inteligentes, sistemas de supervisão de condições de clima e sinalização digital.

“Teremos uma frota significativa de veículos conectados com centros de controle operacional, enviando e recebendo informações que vão tornar as viagens mais seguras e eficientes”, diz Afrânio Spolador, diretor de tecnologia da EcoRodovias, que administra mais de 4.700 km de rodovias. Estradas também deverão ser preparadas para receber carros autônomos e, antes disso, uma frota cada vez mais eletrificada.

Há testes pelo mundo de painéis fotossensíveis carregados com luz solar para substituir sinalizações e tintas dinâmicas que emitem diferentes cores de acordo com a temperatura ou condições climáticas. Se o asfalto se tornar escorregadio pelo excesso de chuva ou acúmulo de neve, por exemplo, sinais diferentes no asfalto se tornarão visíveis, advertindo para o perigo.

No Brasil, novidade mesmo é o free flow (pedágio sem barreiras), que permite ao usuário ganhar tempo, já que não é necessário parar e nem mesmo reduzir a velocidade para o pagamento da tarifa. O setor avalia que a tecnologia trouxe avanços para a infraestrutura rodoviária nacional. “Tem superado as expectativas relacionadas ao comportamento dos usuários e à taxa de adimplemento das tarifas”, afirma Marco Aurélio Barcelos, diretor-presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

A CCR Rodovias colocou o sistema em três pórticos da rodovia Rio-Santos, no trecho entre Ubatuba (litoral paulista) e o Rio de Janeiro. “O sistema identifica 100% das passagens por meio da tag instalada no veículo ou pela leitura da placa”, explica Eduardo Camargo, presidente da concessionária. A EcoRodovias também está em fase de implementação do free flow na malha da EcoNoroeste (SP-310, a rodovia Washington Luís). A empresa deve começar a operar ainda neste ano outros dois pórticos na SP-333, na região noroeste de São Paulo.

No pilar de conectividade, os novos contratos de concessões preveem cobertura total de internet na malha rodoviária. Até o início de 2025, segundo Camargo, a CCR Rodovias implementará o 4G na Rio-Santos e na via Dutra, entre São Paulo e Seropédica (RJ). “O usuário poderá navegar ininterruptamente em todos esses trechos sem zonas de sombra e sem usar seus pacotes de dados”, garante o executivo. De acordo com Camargo, trata-se de um primeiro movimento de rodovia conectada.

A EcoRodovias já iniciou a instalação de antenas para levar o 4G para os 850 km da malha da Ecovias do Araguaia, que opera estradas em Goiás e Tocantins. “A partir do momento que não temos mais pontos cegos, abrimos muitas possibilidades de ofertas de serviços aos usuários, até mesmo do ponto de vista de segurança viária e pública, com um rastreamento de carga mais eficiente”, afirma Spolador. Segundo ele, na EcoNoroeste (SP), a rede está quase 100% implantada. “O próximo contrato a contar com esse benefício será a EcoRioMinas”, diz, sobre a concessão que abarca do Rio de Janeiro a Governador Valadares (MG).

Barcelos, da ABCR, comenta ainda sobre o início, no ano passado, das operações das primeiras balanças de pesagem em movimento (HS-WIM), tecnologia que torna o fluxo mais ágil para o transporte de cargas. Esses equipamentos trabalham em conjunto com software capaz de identificar o tipo de veículo, placa, peso, quantidade de eixos e dimensões, entre outras características.

“Estamos concluindo a parte de homologação dos equipamentos na BR-365 [MG-GO], trecho da concessionária Ecovias do Cerrado” diz o executivo. Os investimentos da EcoRodovias em tecnologia devem ultrapassar os R$ 400 milhões este ano para cumprir compromissos como implantações de 4G, fibra óptica, iluminação inteligente, usinas fotovoltaicas, balanças, HS-WIM, sistemas de rádio e câmeras, entre outros, segundo Spolador.

De acordo com a ABCR, foram investidos R$ 18,9 bilhões em infraestrutura rodoviária no ano passado, recorde da série (desde 2010). “Só em obras, como duplicações, ampliações e melhorias, foram investidos R$ 12 bilhões”, diz Barcelos. O ritmo deve seguir em 2024. “Com novos contratos assinados pelo governo federal e licitações realizadas até agora, como a BR-040/MG e as rodovias do litoral paulista, os contratos somarão quase R$ 29 bilhões em investimentos”, acrescenta.

A CCR Rodovias, por exemplo, desembolsará R$ 1 bilhão para o recapeamento com “asfalto-borracha” de cerca de 2.100 km do sistema Anhanguera-Bandeirante (SP). “O pó de borracha da reciclagem de mais de 1,3 milhão de pneus, misturado à mistura asfáltica, trará maior conforto e segurança, tanto no aspecto de menor vibração quanto de menos ruído”, diz Camargo.

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