Lula atribui alta do dólar a quem vive de especulação e diz que 'sempre tem lugar' para cortar gastos

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"Quem estiver apostando na alta do dólar, na especulação, vai perder dinheiro porque nós vamos tomar conta disso", afirmou. Mais cedo, Lula fez declarações semelhantes, ao repudiar a correlação entre a alta do dólar e sua fala.

Nessa quarta-feira (26), em entrevista ao portal UOL, Lula disse não estar convencido de que medidas de redução de despesa são necessárias e que o problema “não é ter que cortar [gastos], é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”. A declaração, que reforça a defesa do presidente de buscar um equilíbrio fiscal principalmente por meio da elevação de receitas, foi mal recebida por agentes do mercado financeiro e foi um dos fatores por trás da disparada do dólar, que fechou acima de R$ 5,50.

Nesta tarde, o presidente disse que o foco de sua gestão é incentivar o investimento no setor produtivo. "Quanto mais consumo, mais comércio e todo mundo melhora de vida", disse. O presidente afirmou que "sempre tem lugar para cortar [gastos]" e disse que sua equipe está fazendo um "estudo profundo" sobre as contas públicas. Mas repetiu que não vai mexer em benefícios sociais. “Tem gente que pede R$ 10 bilhões em desoneração, como é que eu vou mexer no salário mínimo?”

Lula voltou a dizer que não tem pressa para indicar o sucessor de Roberto Campos Neto no Banco Central. O atual presidente encerra seu mandato em dezembro. A exemplo das críticas recentes, o presidente disse que Campos Neto "enveredou por um caminho equivocado". Sem mencionar nomes, o presidente disse que vai indicar alguém com "compromisso com o Brasil e com o povo". "Não pode ser um cara que faça bobagem, que cometa erros", disse.

O presidente elogiou o diretor Gabriel Galípolo, um dos cotados para o BC, mas disse não ter conversado com ele sobre a sucessão. "O Galípolo é um menino de ouro, competentíssimo, de uma honestidade ímpar", disse.

Para Lula, a taxa de juros é apenas um dos instrumentos para reduzir a inflação. "Na hora que disser que tem que aumentar a taxa de juros, ele tem que explicar porque vai aumentar", afirmou.