Mobilidade Sustentável
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Por Movimento Mobilidade Sustentável

Estudos internacionais estimam que os meios de transporte são responsáveis por quase um quarto de todas as emissões de carbono no planeta. Amplamente debatido nos últimos anos, o assunto voltou ao centro das discussões no início de novembro, durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), ocasião em que governos e empresas tiveram a oportunidade de avaliar o cenário atual e estabelecer metas de transição para fontes de energia mais sustentáveis.

Como era de se esperar, a eletrificação dos meios de transporte foi apontada pela maioria dos líderes presentes como solução a médio prazo. Os desafios em torno desse modelo, no entanto, ainda são gigantescos, já que exigirão investimentos bilionários em infraestrutura para a geração de energia limpa e a criação de uma complexa rede de distribuição. Trata-se de uma realidade ainda muito distante, especialmente para os países em desenvolvimento.

Diante desse impasse, uma outra alternativa, muito mais barata e comprovadamente eficaz, vem ganhando espaço: o nosso bom e velho etanol. Largamente utilizado no Brasil, o biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar (e em menor escala também do milho) possui níveis de emissões muito inferiores aos registrados pelos combustíveis fósseis, com a vantagem de ainda capturar CO2 em sua fase inicial de produção, ainda na lavoura.

Em um contexto mais amplo, pode-se afirmar, inclusive, que veículos convencionais movidos a etanol são hoje mais sustentáveis do que modelos puramente elétricos. Pode até parecer estranho, mas é exatamente isso o que mostram os números quando se contabilizam as emissões "do poço à roda", que considera os impactos desde a geração da energia até o seu uso final.

Normalmente, a eficiência é medida sob o conceito "do tanque à roda", que avalia basicamente as emissões no cano do escapamento de um veículo, ignorando a origem da energia. "Não adianta nada fazer a conversão da frota e queimar energia fóssil para gerar energia para os veículos. Esta é uma das grandes discussões existentes hoje", explica Plinio Nastari, como presidente do Instituto Brasileiro de Bioenergia e Bioeconomia,

De acordo com um estudo recente publicado pela multinacional do setor de autopeças Mahle, um automóvel movido a gasolina na Europa emite em média 145 gramas de CO2 equivalente por quilômetro rodado considerando o ciclo completo do poço à roda, enquanto um elétrico emite 92 gramas - ainda que o carro em si não emita nenhum poluente, a geração da energia elétrica necessária para o seu abastecimento, feita por meio do gás ou carvão, deixa uma pegada de carbono que não pode ser desprezada.

No Brasil, o cenário é completamente diferente. Além de contar com uma matriz energética majoritariamente renovável, o País ainda é destaque no uso de biocombustíveis nos transportes, o que permite entregar níveis de emissões muito inferiores aos observados na Europa, seja qual for o combustível utilizado.

Por aqui, o mix de gasolina e etanol usado em todo o país emite 87 gramas de CO2 equivalente por quilômetro rodado, número obtido graças à mistura de 27% de etanol anidro no combustível fóssil. Já um veículo elétrico emite 65 gramas, contra apenas 58 gramas do etanol hidratado, vendido em mais de 40 mil postos de norte a sul do Brasil.

"Muitas pessoas só olham o tema sob o aspecto das emissões diretas, mas pensando em mudanças climáticas, é preciso ter uma visão completa do processo. O Brasil já tem, hoje, o nível de emissões que se deseja na Europa em 2032", afirma Nastari. O futuro, porém, passa por um modelo híbrido que combina eletricidade com etanol, capaz de reduzir as emissões a apenas 29 gramas de CO2 equivalente por quilômetro.

Brasil na vanguarda

Trabalhando no desenvolvimento de carros movidos a álcool desde o final dos anos 1970, o Brasil se tornou referência global em biocombustíveis. Terceiro maior consumidor mundial de combustíveis para transporte, o País tem hoje também a matriz de combustíveis mais limpa do mundo, com quase 32% de todo o volume consumido proveniente de fontes renováveis.

Atualmente, praticamente todos os veículos em uso no Brasil utilizam combustíveis limpos em alguma proporção, seja um carro flex (até 100% renovável), um importado movido exclusivamente a gasolina (que contém 27% de etanol) ou um caminhão a diesel, que também possui 10% de biodiesel em sua composição. São tecnologias inovadoras, mas que não devem brigar por espaço com os elétricos, mas sim se firmarem como alternativas em algumas regiões.

“Se nós temos um carro à combustão flex que emite menos CO2 por quilômetro rodado do que um veículo elétrico, considerando o critério do poço a roda, será que o governo e as empresas, nesse momento, vão gastar bilhões de reais para eletrificar o Brasil?”, indaga Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen para a América Latina. “O etanol melhora o meio ambiente, melhora parte social e a economia do país. Nós temos o combustível do futuro.”

Mais recente Próxima Representantes brasileiros vão exaltar o etanol como alternativa sustentável na COP26
Movimento Mobilidade Sustentável

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