Fábricas reúnem a história de gerações

Diferentes gerações se encontram nos relatos do passado ou nas operações atuais da Klabin no Paraná

Por — De Ortigueira e Telêmaco Borba (PR)


Se é verdade que as histórias de Telêmaco Borba e Ortigueira, e de mais uma dezena de municípios no Centro-Leste do Paraná, começaram ou floresceram pelas mãos da Klabin, também é certo dizer que milhares de famílias têm suas histórias de vida vinculadas à aposta da companhia na região.

Diferentes gerações se encontram nos relatos do passado ou nas operações do que é hoje o mais moderno polo integrado de produção de celulose e papéis para embalagem do mundo. Sem considerar a atividade florestal, são cerca de 4 mil funcionários nas unidades Monte Alegre (Telêmaco Borba) e Puma (Ortigueira).

“Tudo o que temos se deve ao nosso trabalho aqui dentro”, conta Dellano Nascimento, 22 anos, que atua na manutenção da máquina de papel cartão MP9, em Monte Alegre. Seus pais, Ruswell Oliveira Nascimento e Hosana Bueno Nascimento, fazem parte dos quadros da Klabin no Paraná, assim como fizeram ou fazem ainda seu avôs, tios e amigos.

Não é justo pensar em nepotismo. Em toda a região, trabalhar no grupo segue como meta, pelas oportunidades que virão à frente e espaço para ascender na carreira, bem como pela relevância na economia regional. “Nasci em Telêmaco e a Klabin sempre foi a referência. O desejo era trabalhar aqui”, conta Hosana, 43 anos, que chegou à empresa em 2018, como terceirizada, e foi efetivada um ano depois. Assim como o marido e o filho, já experimentou algumas promoções.

Seu pai trabalhou como terceirizado na Klabin e foi por intermédio de um irmão, que fazia o curso técnico de papel e celulose no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Paraná, o primeiro do país nessa área, que Hosana conheceu Ruswell. “Eu era um partidão: trabalhava na Klabin”, brinca o operador líder da máquina de kraftliner MP27, instalada em Ortigueira.

Ruswell, 50 anos, começou sua carreira como estagiário e vai completar 27 anos de Klabin. Ele conta que testemunhou o desenvolvimento econômico decorrente dos investimentos da empresa na região, em particular na segunda metade dos anos 2000.

Com o aporte de R$ 2,2 bilhões para expansão da produção de cartões, no projeto MA 1100, inaugurado em 2008, comércio e serviços viveram um período de intenso aquecimento em Telêmaco Borba. “Não havia supermercado ou hotelaria de grande porte como vemos hoje”, diz, referindo-se à chegada de redes regionais como Verona e Lobascz.

Antes de entrar na Klabin, Hosana tinha cargo comissionado na administração municipal e acompanhou o impacto do investimento na unidade Puma nos serviços sociais de Telêmaco Borba. Para o que era um centro de convivência precário, foram cedidos cobertura para a quadra esportiva, refeitório “digno”, monitoramento de internet, entre outros. “Foi um diferencial na vida daquelas crianças.”

Consultor de produção de papel na unidade Puma, Daniel Lopes Fernandes, 56 anos, nasceu em Telêmaco Borba e começou a trabalhar na unidade Monte Alegre em 1986, quando o pai ainda era funcionário da empresa.

Nesses 38 anos de Klabin, que o levaram a um dos mais elevados cargos na hierarquia da operação de uma máquina de papel, já trabalhou no chão de fábrica com nomes como o de Francisco Razzolini, hoje diretor de Tecnologia Industrial, Inovação, Sustentabilidade e Projetos da companhia, que à época era chefe da MP2. “É uma empresa para construir carreira”, diz. “Na verdade, é um papel muito importante para toda a sociedade [local].”

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