A Blau Farmacêutica assinou contrato de compra de 100% do capital social do Laboratório Bergamo, subsidiária da empresa americana Amgen, uma das maiores empresas de biotecnologia do mundo, por US$ 28 milhões.
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O pagamento não envolve ações e será feito em dinheiro no momento do fechamento do acordo. A aquisição ainda precisa ser aprovada por autoridades regulatórias como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deve ocorrer em entre cerca de 90 e 120 dias.
“A aquisição aumentará nossa oferta de produtos oncológicos, com importante incremento de capacidade produtiva”, de acordo com diretor-presidente da Blau, Marcelo Hahn, em entrevista ao Valor.
O Laboratório Bergamo registrou receita líquida de aproximadamente R$ 185 milhões em 2021 e produziu cerca de 2,2 milhões de unidades. Atualmente, possui portfólio de 19 produtos e cerca de 190 funcionários. Fundado em 1946, o laboratório foi adquirido em 2011 pela Amgen.
“Para nós é uma excelente oportunidade, pois o Laboratório Bergamo tem produtos biológicos e especializados em oncologia”, disse o diretor de fusões e aquisições da Blau Farmacêutica, Roberto Morais, ao Valor. “O maior ativo é o aumento imediato de capacidade produtiva e alguns novos produtos oncológicos, quimioterápicos”, diz Morais.
O Laboratório Bergamo tem uma fábrica no Brasil, em Taboão da Serra (SP), bem próximo a outras duas fábricas da Blau, em Cotia e São Paulo. Com a aquisição, a Blau adiciona uma unidade às outras cinco que já possui, além da planta que será construída no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco.
Segundo Hahn, o Laboratório Bergamo também vai agregar para a Blau um bom conhecimento de indústria e modelo de “go to market”, uma abordagem diferenciada para comercialização para produtos oncológicos, dentro das clínicas e hospitais.
Segundo ele, a Amgen tem um “know how” diferenciado, trabalha com medicamentos inovadores, e com a aquisição a Blau recebe também expertise da área comercial.
A aquisição é a primeira da Blau desde a oferta pública inicial de ações (IPO), em abril do ano passado; e a empresa tem recebido muitas ofertas e está de olho em diversas oportunidades. “Nunca estivemos tão ativos na área de fusões e aquisições. Temos muitas companhias no nosso pipeline nesse momento”, em diversos estágios de negociações, segundo Hahn. A Blau está reforçando sua equipe de fusões e aquisições.
“Temos um plano estratégico bem definido. Além de oportunidades e pilares de crescimento da parte orgânica, queremos aumentar nosso parque industrial para aumentar a capacidade produtiva. Queremos crescer no mercado e queremos nos posicionar como um dos grandes fabricantes brasileiros e da América Latina. Para isso, vamos depender de aquisições”, segundo Hahn.
Ele diz ainda que a ideia é manter a operação no Brasil e poder abastecer a América do Sul e outros países. “No plano de negócios, temos investimentos no Brasil, Estados Unidos e Europa para a parte fabril”, afirma o diretor-presidente. Segundo ele, na América Latina há escritórios, área de embalagens e controle de qualidade, necessária em alguns países, mas a proposta é centralizar num lugar com alta capacidade produtiva e baixa despesa operacional.
Além disso, a empresa realiza investimentos em centros de coleta de plasma nos Estados Unidos, iniciando em junho do ano passado a coleta no primeiro centro e finalizando a construção do segundo, que já deve começar a operar no fim deste ano, diz Morais. Segundo ele, a empresa já está com o local do terceiro centro de plasma definido e está em tratativas para a quarta localidade, na região da Flórida. Morais diz que a empresa está dentro do cronograma definido no IPO.
“O sentimento é de que estamos só começando, temos ainda bastante fôlego para crescer, ano que vem temos ‘follow on’ e teremos investimento muito forte nos próximos trimestres, para continuar crescendo e trazendo valor para o acionista”, afirma o diretor-presidente.
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