Finanças
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Por , Valor — São Paulo


O Banco Central tem se preocupado com o resultado cumulativo dos eventos climáticos, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento do Lide, em São Paulo. "Cada ano que passa essa média está mais elevada em termos de [frequência de] anomalias e de temperaturas", afirmou.

Segundo Campos Neto, esse crescimento do número de anomalias climáticas "influencia muito a decisão do BC". O dirigente ressaltou que eventos extremos podem "desorganizar preços de alimentos, logística e até o sistema financeiro".

Sobre as chuvas no Rio Grande do Sul, Campos Neto avaliou que o evento pode impactar a inflação, mas não no curto prazo. Em um cenário mais grave, em caso de pressão sobre alimentos e efeitos de queda de atividade econômica, estudos indicam um impacto de 0,6 ponto no IPCA.

Segundo o presidente do BC, o Rio Grande do Sul representa 6,5% do PIB e 12,7% do PIB do agro. "O que parece que tem maior peso é o arroz e o trigo, a boa notícia é que quase toda a colheita de arroz tinha terminado [quando começaram as enchentes] e não temos efeitos de curto prazo".

Inflação global

O tema mais importante entre os investidores globais continua sendo a inflação, afirmou Campos Neto, no evento do Lide. Segundo ele, há uma preocupação pelo fato de o processo de desinflação ter ficado mais lento e de dúvidas sobre de onde virão os impulsos para que a queda cumpra a "última milha". "A inflação está na última milha e ninguém ganha corrida sem correr essa última milha", disse. "Esse tem sido um tema de grande debate entre os BCs mundiais", complementou.

Há, segundo o presidente do BC, discussões sobre quais forças podem contribuir para cumprir a última etapa da queda da inflação global em direção à meta. "A gente se pergunta de onde vai vir a desinflação futura e precisamos ver [com maior clareza] de onde vem a mudança de preços."

O dirigente citou que a mão de obra tem estado muito apertada em vários países, o que costuma ter impacto inflacionário. "Na energia não parece ter pressão baixista e alguns argumentos usados como desinflacionários, como imigração e a parte imobiliária não se mostraram tão potentes."

Campos Neto explicou que o movimento da política monetária americana tem "contaminado" os demais países. "Os EUA foram condutores de uma reprecificação global, quando as expectativas sobre o número de quedas de juros [pelo Federal Reserve, Fed o BC americano] lá fora mudou. Na medida em que vai diminuindo, os outros países seguem esse movimento."

Na visão de Campos Neto, "tivemos esse movimento de reprecificação de queda de juros no mundo inteiro". O presidente do BC explicou que, como a economia americana vem exibindo números positivos, "o Fed não tem pressa para cortar os juros".

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central — Foto: Raphael Ribeiro/BCB
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