Criptomoedas
PUBLICIDADE
Por , Valor — São Paulo

O bitcoin (BTC) opera novamente em queda nesta terça-feira (18) e amplia as perdas que começaram na quarta-feira passada, quando o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deu sinalizações de que os juros dos Estados Unidos só serão cortados uma vez este ano. Os economistas esperavam pelo menos duas reduções nas taxas. Vale lembrar que amanhã será o feriado de “Juneteenth” na maior economia do mundo, data que comemora o fim da escravidão no país. Com o mercado americano fechado, a liquidez para criptomoedas também deve ser reduzida e a volatilidade pode aumentar.

Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista negociados nas bolsas americanas, ontem foi o terceiro pregão consecutivo de saldo líquido negativo. Foi registrado um fluxo somado de saídas líquidas (vendas superando as compras de cotas) de US$ 145,9 milhões. Novamente, o ETF que teve mais retiradas foi o FBTC, da Fidelity, com US$ 92 milhões em saques.

Perto das 9h51 (horário de Brasília) o bitcoin cai 0,6% em 24 horas, cotado a US$ 65.079 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 3,5% a US$ 3.394, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,45 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 0,54% a R$ 355.180, enquanto o ether recua 3,32% a R$ 18.559 de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) despenca 5,1% a US$ 136,05, o BNB (token da Binance Smart Chain) registra perdas de 3,4% a US$ 578,68 e a avalanche (AVAX) derrete 9,9% a US$ 25,80.

Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, o fio de esperança para os comprados no dia anterior foi a recuperação de preços quando a maior das criptomoedas em valor de mercado caiu aos US$ 65 mil. “O que apoia o bitcoin nesse momento são os dados on-chain, que mostram que baleias [carteiras com elevadas quantidades de criptomoeda] e até investidores de menor poder de compra estão acumulando a moeda digital”, avalia.

Já Rony Szuster, analista do MB, diz que é importante destacar a pressão cíclica dos mineradores nos primeiros meses após o halving (evento programado de quatro em quatro anos no qual a recompensa aos mineradores de bitcoin cai pela metade). Esta pressão costuma resultar no fechamento das operações de plantas de mineração de criptomoedas mantidas por players menos competitivos – aqueles que possuem custos mais elevados. O último halving do bitcoin foi em abril deste ano. “Isso cria uma oferta adicional por um período que ciclicamente varia de 90 a 150 dias após o halving, mas tal pressão vai cessando à medida que o estoque dos mineradores vai rapidamente reduzindo, momento do qual já estamos próximos”, defende.

Usando análise técnica, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, aponta que o bitcoin está em movimento de baixa desde seu último topo recente, no dia 7 de junho. “Este movimento de lateralização, seguido por uma pernada de baixa, é conhecido como ‘distribuição’ pela análise de fluxo de Richard Wyckoff”, explica. “Se houver continuidade da distribuição em busca de uma correção macro de toda a alta que aconteceu nos meses anteriores, o preço do bitcoin poderá buscar as regiões de liquidez dos US$ 62.980 e US$ 58.350 como suportes de médio e longo prazo.”

Mais recente Próxima Mineradora de bitcoin de brasileiros abre planta com capacidade de 15 MW em Oklahoma

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico