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Por , Valor — São Paulo

A Petrobras é a maior empresa brasileira em valor de mercado na B3 em 2024, com mais de R$ 500 bilhões. O Itaú Unibanco aparece em segundo no ranking, com R$ 287,2 bilhões. Em terceiro, está a Vale, com R$ 280,8 bilhões.

O valor da Petrobras e do Itaú na última segunda-feira (3) foi maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Em 03 de junho de 2023, a petrolífera, que liderava o ranking, tinha valor de mercado contabilizado em R$ 378,7 bilhões. Já o banco, listado em terceiro na pesquisa do ano passado, de R$ 244,8 bilhões.

"Os resultados dessas empresas têm sido favoráveis [em 2024]. Com isso, os investidores estão mais confiantes", explica João Daronco, analista da Suno.

Por outro lado, a Vale, listada em segundo lugar, teve queda nesta segunda-feira em comparação ao mesmo período de 2023. No mesmo período do ano passado, o valor de mercado estimado foi de R$ 308,4 bilhões.

Com os resultados desta segunda, a mineradora caiu para o terceiro lugar no ranking. A queda nas ações da empresa foi impulsionada pelo recuo do preço do minério de ferro na China.

É importante destacar que o resultado é diferente da sexta-feira (31), quando a mineradora aparecia a frente do Itaú, com valor de mercado de R$ 286,9 bilhões, e o banco com R$ 284 bilhões. A Petrobras, ainda liderando o ranking, surgia com R$ 520,2 bilhões.

"Historicamente, Petrobras e Vale são as grandes empresas brasileiras, as que têm os maiores lucros, as que geram mais caixa. Costumam dizer que o Brasil é um país das commodities e dos bancos", diz.

Quando considerados os lucros, em 2023, a Petrobras registrou o segundo maior ganho líquido de sua história: R$ 124,6 bilhões. A Vale, por outro lado, terminou o ano passado com lucro líquido de R$ 39,9 bilhões, uma queda de 53,6% em relação a 2022. O resultado foi determinado por menores preços médios realizados e pelo impacto de perdas cambiais.

Fechando os três primeiros lugares, o Itaú teve lucro de R$ 35,6 bilhões, uma alta de 15,7% em relação a 2022.

As 10 empresas de maior valor de mercado na B3 em 03/06/2024

Empresa Valor de mercado (R$ bilhões)
Petrobras 515,7
Itaú Unibanco 287,2
Vale 280,8
Ambev 182,0
WEG 156,7
Banco do Brasil 155,6
Bradesco 128,9
BTG Pactual 124,9
Santander Brasil 104,4
Itaúsa 101,0

As 10 empresas de maior mercado na B3 em 02 de junho de 2023

Empresa Valor de mercado (R$ bilhões)
Petrobras 378,7
Vale 308,4
Itaú Unibanco 244,8
Ambev 227,8
Bradesco 158,6
WEG 158,1
Banco do Brasil 128,6
Santander Brasil 118,5
BTG Pactual 108,2
Itaúsa 88,6

Pagamento de dividendos não deve alterar posição da Petrobras

Em março deste ano, a Petrobras anunciou que não pagaria cerca de R$ 44 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas. Esse tipo de pagamento é feito quando a empresa tem resultados além dos esperados, como uma maneira de oferecer um retorno aos investidores.

Em abril, o governo aceitou pagar metade desse montante — R$ 22 bilhões. A outra parte permanecerá na conta de reserva, sem destino definido. Dos R$ 22 bilhões, metade foi paga em 20 de maio, e outra parte será repassada em 20 de junho.

João Daronco observa que o pagamento dos dividendos pode impactar futuramente o valor de mercado da empresa. "Mas acho difícil ela perder a posição que tem no ranking", afirmou.

Bancos lideram o levantamento

Quando considerado o ramo de atuação das 10 empresas mais valiosas no Brasil em 2024, cinco delas são bancos. Segundo os especialistas ouvidos pelo Valor, a concentração bancária pode ser um dos fatores por trás do resultado.

Também é importante destacar, segundo os analistas, que as instituições financeiras do ranking possuem atuação há vários anos. O Banco do Brasil — o mais antigo do país — está em atividade desde 1808, por exemplo.

"Dada essa concentração, os bancos [brasileiros] detêm mais de 70% do mercado de crédito. Além disso, é um mercado menos cíclico. Tanto em crise, quanto em tempos de maior crescimento econômico, tendem a ter bom desempenho", avalia Carlos Daltozo, head de análise da Eleven Financial.

Para Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, outro ponto a ser considerado dentro do cenário é o período recente de juros altos, que favoreceu os spreads dos bancos.

Spread é a diferença entre os preços de compra e de venda de um ativo. No caso das instituições financeiras, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), trata-se da diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro.

"Com isso, eles conseguem trabalhar diversos produtos além do crédito, como investimentos com taxas melhores, e consequentemente aumentar a sua captação. Os bancos listados também são instituições sólidas", apontou Mendonça.

Quando consideradas as empresas presentes no ranking, o levantamento deste ano praticamente não teve alterações em comparação ao mesmo período do ano passado. Uma das poucas mudanças diz respeito ao quinto lugar. O Bradesco, que ocupava a posição, caiu para sétimo lugar. O banco foi superado pela WEG e Banco do Brasil.

Já o BTG Pactual, antes na nona posição, superou o Santander e, agora, está em oitavo lugar.

No caso do Banco do Brasil, na avaliação de Hemelin, isso ocorre porque a empresa entendeu que precisa se adaptar ao digital. "Estar conseguindo se adaptar a novas demandas, como o Open Finance, fez com que seu valor seja aumentado. Além disso, o Banco do Brasil tem menor inadimplência do que o Bradesco, que é um banco mais dependente de operações de crédito", afirmou.

Quanto ao BTG Pactual e o Santander, a analista ressalta que os focos dos dois bancos são diferentes. "O BTG tem focado em soluções para investimentos, o que, neste cenário de alta de juros, beneficia a captação de recurso. Além disso, vem investindo na implementação de novas tecnologias. Já o Santander é um banco voltado para varejo e crédito. A alta de juros não favorece isso, já que culminar em muitas inadimplências".

*Estagiária sob supervisão de Diogo Max

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