O comando da Marisa apresentou, nesta terça-feira (23), dados com base em informações da consultoria Kantar, que mostram que as redes “top”, que atendem às classes B e C+, tiveram maior perda de mercado com o avanço dos marketplaces asiáticos do que as redes populares.
As informações foram apresentadas na teleconferência de resultados do quarto trimestre, publicados pela rede com atraso.
Segundo Edson Garcia, diretor-presidente da empresa desde abril, as plataformas estrangeiras ganharam 3,5 pontos percentuais de mercado em 2023. Desse total, 2,7 foram perdidos pelas redes voltadas para a classe de maior renda, e 0,8 ponto pelas cadeias populares, como a Marisa.
“Isso ocorre porque a consumidora de classe C e D não pode errar na compra e não pode ficar esperando a mercadoria chegar para ela usar”, disse Garcia.
A rede tem 237 unidades, e foram fechadas 97 no ano passado, por conta de uma reestruturação e do corte de gastos que levou ao encerramento de unidades deficitárias.
A Marisa apresentou nessa terça-feira novo posicionamento de preço, marca e produtos voltados às classes C e D. Na visão do comando, apesar do foco em "moda democrática", os preços e os produtos na empresa são voltados, nas lojas, às camadas B e C+, o que gera uma “desconexão” entre a proposta e a real operação.
Isso foi identificado depois que a rede percebeu que as lojas fechadas em 2023 foram abertas por concorrentes, que conseguiram crescer nos pontos. “Passamos a nos perguntar, por que não temos vendido?”, disse na teleconferência Andrea Menezes, presidente do conselho de administração, ao citar que o tema foi debatido no colegiado. O processo de mudança ainda está na fase inicial.
Pelo novo projeto, a empresa terá um percentual determinado de produtos dentro de certa faixa de preço, e isso deve orientar as compras do departamento responsável do grupo. As vitrines e a área interna da lojas serão alteradas. Haverá 40 mesas de exposição de produtos por loja, com destaque para coleção de baixo preço e versátil.