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Por e , Folhapress — Rio


Criticada pelos apagões em São Paulo, a Enel também vem enfrentando questionamentos pela qualidade do serviço nas outras duas distribuidoras de energia que comanda no país, que atendem a consumidores do Ceará e do Rio de Janeiro.

No Ceará, a empresa é alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa. No Rio, se tornou alvo do Ministério Público Estadual e de prefeituras pela demora em restabelecer o fornecimento de energia após fortes temporais no verão.

Ranking de qualidade

As três distribuidoras concedidas à Enel no Brasil figuram há anos na parte de baixo do ranking de qualidade do fornecimento elaborado anualmente pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Na lista de 2023, a Enel Ceará está na 19ª colocação de um total de 29 companhias distribuidoras de eletricidade com mais de 400 mil clientes. Enel São Paulo e Enel Rio de Janeiro vêm logo atrás, empatadas em 20º.

Esse ranking classifica as empresas pela quantidade de ocorrências e pela frequência dos cortes no fornecimento. As distribuidoras do Rio e do Ceará apresentaram melhora nos últimos anos, mas ainda estão bem próximas do teto estipulado pela Aneel no quesito duração das interrupções.

As empresas também estão mal posicionadas no indicador de satisfação do consumidor elaborado pela agência. A operação cearense, a mais bem posicionada, é a 41ª de uma lista de 51 empresas. A Enel São Paulo aparece logo a seguir, e a Enel Rio de Janeiro ocupa a 46ª colocação.

Funcionário da Enel trabalha em rede elétrica — Foto: Reprodução
Funcionário da Enel trabalha em rede elétrica — Foto: Reprodução

No Ceará, a Enel é alvo de uma série de reclamações de clientes e pressão de lideranças políticas. Em agosto de 2023, deputados estaduais instalaram uma CPI para analisar supostas irregularidades por parte da distribuidora.

O início da investigação foi aprovado de forma unânime pela Casa, e os trabalhos seguiram após a virada do ano. Em março, a CPI ouviu municípios cearenses a respeito do assunto.

“Com essas denúncias, vamos robustecer o nosso material da CPI para apresentarmos ao final da comissão um relatório responsável, sério e comprometido”, disse o presidente da comissão, deputado Fernando Santana (PT), em nota divulgada pela Alece em 13 de março.

“E vamos pedir não só a punição da empresa, mas também dizer que ou a Enel muda ou ela se muda do Estado do Ceará”, concluiu.

A concessionária também lidera um ranking anual com o maior número de reclamações de consumidores em Fortaleza, segundo dados divulgados em 15 de março pelo Ministério Público do Ceará. O balanço lista 30 empresas de diferentes setores econômicos.Em 2023, a Enel foi alvo de 337 reclamações no município no âmbito do Decon (Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor), aponta o levantamento.

A Enel Rio de Janeiro, que abastece 66 municípios do estado, foi alvo de diversas ações do Ministério Público Estadual após as fortes chuvas de novembro, que deixaram moradores por longos períodos sem luz em diversas cidades.

Em Petrópolis, na região serrana, moradores chegaram a fechar a BR-040, que liga o Rio a Belo Horizonte, em protesto. O Ministério Público determinou que a empresa fizesse um plano de emergência para o restante do verão e foi à Justiça cobrar indenização.

Em Niterói, na região metropolitana, moradores inconformados com a falta de luz fecharam a principal via de acesso à ponte Rio-Niterói. Prefeitura e Ministério Público foram à Justiça cobrar agilidade nos religamentos.

Em março, após novos temporais, houve nova ação judicial limitando a quatro horas o tempo de retomada do fornecimento. O Procon passou a recolher denúncias de moradores sobre a superação do prazo.

Em nota, a Enel disse que “nos últimos anos fez significativos investimentos para elevar a qualidade do serviço e enfrentar os enormes desafios por que passa o setor elétrico, sobretudo em função do avanço das mudanças climáticas”.

No Rio, afirmou, foram mais de R$ 5,9 bilhões entre 2018 e 2023, com queda de 36% na duração das interrupções e de 49% na quantidade de interrupções. No Ceará, foram R$ 6,7 bilhões, com queda de 30% na duração e de 38% nas interrupções.

A empresa diz ainda que está implementando um “robusto plano de investimentos” nas três distribuidoras, de R$ 14 bilhões, focado em fortalecimento e modernização da rede, automação do sistema e ampliação de canais de comunicação com clientes.

A concessionária afirma também que vai reforçar o quadro próprio de pessoal e mobilizar antecipadamente equipes em caso de contingências. “A Enel reitera seu compromisso com a sociedade em todas as áreas em que atua e reforça que seguirá investindo para entregar uma energia de qualidade para todos”.

Ranking de qualidade de serviço de distribuição de energia elétrica

Distribuidora Estado Desempenho Global de Continuidade (quanto menor, melhor)
CPFL Santa Cruz SP 0,56
Equatorial PA PA 0,6
Cosern RN 0,62
Energisa Sul Sudeste SP/PR 0,62
Energisa Tocantins TO 0,64
EDP ES ES 0,64
Energisa Paraiba PB 0,64
Energisa Minas Rio MG/RJ 0,68
CPFL Piratininga SP 0,69
RGE RS 0,69
Energisa Mato Grosso MT 0,7
EDP SP SP 0,71
CPFL Paulista SP 0,72
Energisa Mato Grosso do Sul MS 0,72
Energisa Sergipe SE 0,77
Coelba BA 0,77
Light RJ 0,78
Celpe PE 0,8
Elektro SP/MS 0,8
Enel CE CE 0,8
Enel SP SP 0,82
Enel RJ RJ 0,82
Equatorial MA MA 0,82
Celesc SC 0,83
Copel PR 0,86
Cemig MG 0,91
Neoenergia Brasília DF 0,96
CEEE RS 1,63
Equatorial GO GO 1,66
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