Terminou na segunda-feira (4) um capítulo importante da história da Chocolates Pan: o leilão de suas 37 marcas. Depois da venda da fábrica e do maquinário para a Cacau Show no fim de 2023, essa era a etapa que faltava para concluir o processo de falência da companhia. Em uma disputa acirrada, com 12 empresas habilitadas e 25 lances, os bens foram arrematados por R$ 3,1 milhões pela Real Solar, de Goianinha, Rio Grande do Norte.
O valor arrecadado será utilizado para quitar os débitos trabalhistas com os 52 funcionários da companhia. O restante será dividido entre União, estados e municípios para pagar dívidas tributárias.
História da Chocolates Pan
Fundada em 1935 pelos engenheiros Aldo Aliberti e Oswaldo Falchero, em São Caetano do Sul (SP), a Chocolates Pan ficou conhecida pelos “cigarrinhos” de chocolate na década de 1940. O produto foi descontinuado após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibir a fabricação de produtos que simulassem derivados do fumo e e substituído pelo Chocolápis.
A Pan também é responsável pela Bala Paulistinha e foi pioneira em produtos como o primeiro chocolate ao leite dietético do mercado nacional.
Em 2016, a empresa foi adquirida pelo Grupo Brasil Participações, que pretendia transformá-la em uma das grandes indústrias do setor no país, mas o plano não teve sucesso.
Recuperação Judicial e falência
Em 2020, a Pan entrou com um pedido de recuperação judicial, que acontece quando uma empresa enfrenta problemas financeiros e não consegue chegar a um acordo com seus credores, recorrendo à Justiça para mediar as negociações. À época, a empresa somava R$ 260 milhões em dívidas. O pedido de autofalência veio pouco tempo depois, em fevereiro de 2023.
Leilões da fábrica e das marcas
Para quitar os débitos fiscais, os ativos da chamada massa falida foram postos à venda separadamente. O complexo industrial, em São Caetano do Sul, bem como os equipamentos e máquinas do local, foram arrematados em outubro do ano pela fabricante de chocolates finos Cacau Show por R$ 71 milhões, valor 33% superior aos R$ 52,6 milhões da segunda praça.
Em 29 de fevereiro teve início o leilão eletrônico das 37 marcas que compõem o portfólio da empresa, avaliadas em R$ 27,8 milhões. Segundo o site oficial da Positivo Leilões, 12 empresas se habilitaram para a disputa. Após pouco mais de um mês, os bens foram arrematados na terceira e última praça do certame por R$ 3,1 milhões pela Real Solar, de Goianinha, no Rio Grande do Norte. O processo ainda precisa ser homologado pela justiça para ser encerrado.
Vale destacar que a empresa leva os ativos livre de quaisquer dívidas ou pendências do passado.
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