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Por , Valor — São Paulo

Após um 2023 difícil, a Totvs olha para 2024 com uma perspectiva positiva no mercado de crédito.

Em teleconferência com analistas, na manhã desta quinta-feira (8), a empresa sinalizou que o foco da Totvs Techfin, resultado da join-venture entre Totvs e Itaú firmada em abril do ano passado, é elevar a qualidade do crédito originado na Techfin e na Supplier.

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“O ano de 2023 foi muito difícil em um contexto de taxa de juros elevadas”, comentou o diretor financeiro Gilsomar Maia. “Já tendo passado essa fase mais difícil do mercado de crédito, olhamos para 2024 com uma perspectiva positiva”.

A Totvs Techfin gerou receita de R$ 118,8 milhões no quarto trimestre, alta de 0,8% em base anual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 2,3 milhões recuou 87,6% no mesmo intervalo e a margem Ebitda de 3,1% recuou 21,4 pontos, no mesmo período.

A receita líquida de funding, captação de recursos financeiros, da Techfin, somou R$ 73,1 milhões, recuo de 3,2% em base anual. Na comparação com o terceiro trimestre, o recuo foi maior, de 25,3%.

No balanço, a Totvs explica que o resultado de Techfin reflete o aumento no custo de funding e que a criação da joint-venture com o Itaú “traz benefícios estruturais e perenes para a Supplier, especialmente no custo de funding, porém, os primeiros meses de operação exigem uma série de ajustes pontuais que podem melhorar ou piorar os resultados trimestrais desse custo”.

Os efeitos somados aos impactos sazonais trimestrais na produção de crédito, geram “maior volatilidade na receita líquida de funding nesse período inicial da JV e tornando a sua projeção mais difícil”, disse a Totvs. “Acreditamos que, ao longo de 2024, essa volatilidade diminuirá”.

No fim de outubro, Itaú e Totvs anunciaram a alteração do nome Supplier, empresa de concessão de crédito da Totvs, para TT SCD e elevaram o capital da Sociedade de Crédito Direto (SCD) de R$ 3 milhões para R$ 8 milhões.

Dimensa

O diretor-presidente da empresa de tecnologia Totvs, Dennis Herszkowicz considera que o resultado da divisão Dimensa, de softwares para o setor financeiro, no quarto trimestre de 2023, “não vai se repetir”. “Do ponto de vista de rentabilidade esse quarto trimestre não deve se repetir, pelo menos com a visibilidade que temos agora”, frisou o executivo em teleconferência com investidores.

Dentro da divisão de gestão, de sistemas de gestão empresarial (ERP) da Totvs a Dimensa, que fornece softwares para o segmento financeiro, teve receita de R$ 52,3 milhões, queda de 5% em base anual. O lucro bruto de R$ 28,8 milhões recuou 13,9% no período.

Segundo a Totvs, a Dimensa passou por “uma mudança completa no time de gestão”, no quarto trimestre, incluindo a troca de diretor-presidente, com a saída de Deniz Piovezan e a chegada de Wagner Gramigna, no fim do ano passado.

As mudanças no time e em processos internos resultaram em um lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 2 milhões no período, queda de 74,7% em base anual, explicou a empresa.

O diretor-presidente da Totvs explicou ainda que “a contribuição da Dimensa em ARR [receita recorrente] tende a ser mais errático”, por ser diferente do fluxo de ERP. Segundo ele, a missão é tornar a receita recorrente mais consistente este ano.

A Dimensa concorre com a brasileira Sinqia, que foi adquirida pela porto-riquenha Evertec em novembro por cerca de R$ 2,5 bilhões.

Herszkowicz disse não ter visto mudanças no cenário do segmento após a aquisição da concorrente.

“A negociação da Sinqia ilustra o potencial do setor de softwares financeiros, que é muito pulverizado com empresas bastante nichadas”, ele frisou.

Este mês, a Dimensa anunciou a compra da Quiver, companhia de software para gestão de distribuição de seguros, por R$ 115 milhões. Esta foi a quinta e maior aquisição da Dimensa, que passa a contar com uma vertical de seguros após a compra.

“A Quiver é focada exclusivamente em tecnologias para seguradoras e corretoras de seguros. Há uma infinidade de empresas focadas em segmentos do mercado financeiro, mas vemos empresas muito boas com muita dificuldade de expandir para fora”, avaliou Herszkowicz.

Em entrevista ao Valor, esta semana, o novo diretor-presidente da Dimensa, Wagner Gramigna, que assumiu no fim do ano passado, disse que o caixa ainda é robusto e novas operações de M&A estão no radar.

Quando nasceu, há três anos, como uma joint-venture da Totvs com a B3, a Dimensa recebeu um aporte de R$ 600 milhões da B3.

Na divisão de Gestão (ER), o diretor-presidente da Totvs informou que “o avanço consistente da receita recorrente de ERP traz projeções positivas” e reforçou que “Nada indica que desempenho de receita recorrente de gestão terá recuo”.

A receita líquida de Gestão somou R$ 1,07 bilhão nos três meses encerrados em dezembro, alta de 16% na comparação anual. A receita líquida recorrente, de R$ 920 milhões, cresceu 16% no mesmo período.

O lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda da sigla em inglês) ajustado de Gestão somou R$ 254,9 milhões, no quarto trimestre, alta de 12% em base anual. Já a margem Ebitda de 23,9% recuou 0,8 ponto percentual no período.

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