A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou proposta de acordo com André Poroger, diretor da Multilaser Industrial. O executivo assinou o chamado “termo de compromisso” com a CVM e pagará R$ 127,5 mil para encerrar o processo. O termo foi firmado antes da instauração de um processo sancionador, ou seja, não havia acusação instaurada.
O processo foi instaurado pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) para analisar eventual uso indevido de informação privilegiada, depois da detecção de operações com valores mobiliários emitidos pela companhia em período que antecedeu a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2023.
Poroger comprou e vendeu ações da Multilaser no dia 31 de julho, antes da divulgação dos resultados, em 14 de agosto, às 20h13. A CVM proíbe qualquer negociação com os valores mobiliários de emissão da companhia no período de 15 dias que anteceder a data da divulgação das informações contábeis trimestrais e das demonstrações financeiras anuais.
O executivo comprou à vista 25 mil ações, por R$ 3,38, no total de R$ 84,5 mil, indicando a realização de operação em período vedado. A Superintendência de Relações com Empresas (SEP) propôs a responsabilização de Poroger por infração, em tese, da regra. O executivo propôs pagar à CVM R$ 127,5 mil.
Um segundo processo administrativo foi instaurado pela SEP contra a Lanx Capital Investimentos, gestora de fundo de investimentos em ações, para apurar suposta negociação com ações no dia 2 de maio, antes da divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2023, que ocorreram no dia 15 de maio, também em período de vedação. A Lanx se comprometeu a pagar R$ 75 mil à CVM.