Veja as universidades federais que acabaram a greve e as que ainda estão

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que representa a categoria dos professores, a assinatura do Termo de Acordo com o governo federal será oficializada amanhã (26).

A entidade sindical informou, em comunicado publicado no último domingo (23), que as universidades que aderiram à greve começaram ontem (24) a deliberar pela saída do movimento e têm até o dia 3 de julho para finalizar a greve.

Pode acontecer, porém, de a greve ser mantida em alguma universidade, o que será decidido em assembleias realizadas ao longo desta semana pelas seções locais, explica a entidade. Isso porque as universidades tem autonomia para decidir se acatam ou não o Termo de Acordo e de definir o calendário acadêmico.

Os professores universitários, representados pela Andes, aderiram à greve no dia 15 de abril. No comunicado da Andes, professores de pelo menos 35 universidades federais decidiram pelo fim da greve, enquanto 20 indicaram para a manutenção do movimento.

No comunicado, a entidade diz que, "ainda que os termos do acordo apresentado pelo governo federal não atendam adequadamente ao conteúdo de nossas justas demandas, refletem avanços que só foram possíveis graças à força do movimento paredista".

A proposta acatada, segundo a Andes, trata da:

• Recomposição parcial do orçamento das instituições federais;
• Conquista de 5.600 bolsas permanência para estudantes indígenas e quilombolas;
• Implementação do reajuste de benefícios (auxílio-alimentação, auxílio-saúde suplementar e auxílio-creche), apesar de ainda não haver equiparação com os benefícios dos demais poderes;
• Início da Mesa Setorial Permanente de Negociação do MEC;
• Elevação do reajuste linear oferecido até 2026 de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026;
• Elevação de steps de 4% para 5% até 2026 (com exceção de Adjunto/DI e DIII-I, que passa de 5% para 6% até 2026);
• Elevação do valor salarial para ingressantes na carreira docente (MS e EBTT);
• Proposta de revisão da IN nº 66/2022;
• Revogação da Portaria nº 983/2020;
• Isonomia entre docentes da carreira EBTT e do Magistério Superior, no que tange ao controle de frequência, com a alteração do decreto nº 1590/1996;
• Suspensão de recursos judiciais pelo MEC frente a decisão que conferiram o RSC para aposentado(a)s;
• Retomada da participação de entidades sindicais no Conselho Permanente de RSC.

De acordo com a ANDES, 62 instituições, entre universidades e IF's aderiram ao movimento paredista. Confira a lista apenas com as universidades federais:

O Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que representa os professores e técnico-administrativos educacionais nos IFs, Cefets, Colégio Pedro II, Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines) e Instituto Benjamin Constant (IBC), também encerrou nacionalmente a greve.

As instituições podem, assim como as universidades, seguir uma decisão local por não retornar ao trabalho. Neste caso, explica o Sinasefe, não há mais greve nacional, mas decisão das seções localmente.

Ao todo, segundo o Sinasefe, 562 campi de 39 diferentes institutos federais foram afetados pela greve.

Já a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) realizou, ontem, reunião com o Comando Nacional de Greve da Federação.

A Fasubra decidiu aceitar o acordo do Governo, mas solicitou ao Governo Federal mudança na data de assinatura do Termo de quarta (26) para quinta (27). A mudança é para que as seções locais que ainda não realizaram assembleia o façam até a data da assinatura.

A paralisação começou no início de março por servidores com cargos de técnico-administrativos, que atuam na manutenção e administração nas universidades federais. A categoria é representada pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).

Tanto professores quanto os técnicos reivindicavam reestruturação de carreira, recomposição de salários e do orçamento da educação (Colaboraram Juliana Steil e Victoria Nogueira Rosa*, de São Paulo).