Empresa de embalagens sustentáveis que nasceu na pandemia fatura R$ 18 milhões

Global Embalagens nasceu para atender necessidade de uma rede de franquias de açaí, mas cresceu e passou prestar serviço até para concorrentes. Hoje, soma mais de 1 mil clientes

Por Paulo Gratão, da PEGN


Carlos Henrique Siqueira, fundador da Global Embalagens. Divulgação

Faz quatro anos que Carlos Henrique Siqueira, 36 anos, tomou a decisão de deixar o quadro societário da rede de franquias Jah do Açaí — que ajudou a fundar — para empreender com o desenvolvimento de embalagens sustentáveis para o nicho de sorveterias e açaíterias. Menos de um ano depois, em 2021, a Global Embalagens já faturava cerca de R$ 450 mil por mês. De lá para cá, a empresa cresceu e chegou a R$ 18 milhões de receita em 2023. A previsão é saltar para R$ 40 milhões neste ano.

Siqueira teve o insight do negócio quando tentava internalizar a produção de embalagens sustentáveis na Jah, para suprir a demanda da própria marca. Pouco tempo depois, viu a oportunidade de atender outras empresas — inclusive concorrentes — com necessidades parecidas: embalagens sustentáveis e personalizadas, que ajudassem a cuidar do planeta e comunicar a marca.

Hoje já são mais de 1 mil clientes, sendo 90% sorveterias. Atualmente, a Global Embalagens produz, em média, 48 milhões de embalagens por ano. O portfólio tem 30 tipos de produtos biodegradáveis, feitos de papel e papelão, como sacos, copos, potes e, mais recentemente, tampas para potes. "Uma porcentagem significativa dos nossos clientes usa embalagens biodegradáveis, mas as tampas continuavam sendo de plástico", diz.

Para dar conta da procura, a empresa recentemente ampliou suas fábricas. A sede ainda fica em Betim (MG), em um espaço de 5 mil metros quadrados, mas a empresa ganhou mais duas plantas, na Bahia e no Ceará. De acordo com Siqueira, a ideia é diminuir os custos logísticos para atender mais empresas, em mais cidades brasileiras, com mais agilidade. Ao longo do ano, o empreendedor pretende investir mais de R$ 5 milhões de capital próprio na Global.

“Os lojistas precisam de agilidade e custo-benefício. O produto não consegue ser comercializado se a embalagem não estiver pronta”, diz. De acordo com ele, a estratégia tem ajudado a reduzir em 70% o custo logístico.

Como quase toda a base de clientes da marca é formada por sorveterias, o clima influencia diretamente no negócio. Dessa forma, as recentes ondas de calor fizeram com que a demanda aumentasse em períodos que costumavam ser mais tranquilos, como julho e agosto, o que mostrou ainda mais a necessidade de ampliar os pontos de produção e distribuição.

Hoje, quase 95% dos produtos feitos pela Global Embalagens são personalizados. De acordo com Siqueira esse é um dos principais atrativos para captar clientes. “As embalagens, muitas vezes, são o ponto inicial de contato com o consumidor. Elas precisam transmitir o que a marca é e como ela se comporta no mercado”, afirma.

Siqueira diz que, apesar de ter tido um crescimento expressivo, a baixa conscientização ainda é a principal dificuldade. “Há um ano e meio, seria a falta de matéria-prima. Hoje, o mercado está mais preparado e o principal desafio é o combate ao plástico”, diz.

De acordo com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre), o setor faturou R$ 144,4 bilhões em 2023. O plástico representa 33,2%, embora tenha tido um recuo de quase 3% de 2022 para 2023. Enquanto isso, o papelão ondulado subiu de 20,8% para 23,4%, e o papel de 5,7% para 6%.

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