Depois de receber diversas críticas pela formação do comitê da próxima cúpula climática da ONU, que este ano acontece no Azerbaijão, o presidente do país adicionou 12 mulheres ao comitê organizador da COP29, anteriormente exclusivamente masculino. Agora, o grupo é composto por 29 homens e 12 mulheres. Entre as mulheres acrescentadas estão Umayra Taghiyeva, vice-ministra da Ecologia e Recursos Naturais, a comissária dos direitos humanos Sabina Aliyeva e Bahar Muradova, presidente do comitê estatal para os problemas da família, das mulheres e das crianças.
“Este é um progresso positivo, mas ainda estamos longe de um equilíbrio de género 50:50. Esta é uma solução rápida, mas não suficiente", disse ao The Guardian Elise Buckle, cofundadora da She Changes Climate. Christiana Figueres, que era a chefe do clima da ONU quando o histórico acordo de Paris foi assinado, em 2015, classificou o painel composto apenas por homens como “chocante e inaceitável”.
Para efeito de comparação, na COP28, realizada em 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, 63% dos participantes da organização eram mulheres.
Petro-estado
Pelo segundo ano consecutivo, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas será organizada por um petro-estado fortemente dependente da produção de combustíveis fósseis.
O presidente escolhido foi Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais, que durante 26 anos trabalhou para a Companhia Petrolífera Estatal da República do Azerbaijão (Socar).
“Pedimos mais uma vez uma barreira entre a indústria dos combustíveis fósseis e a presidência da COP, uma vez que a integridade ambiental continua a ser uma preocupação para nós e para muitas organizações da sociedade civil”, apontou o She Changes Climate.