Coloquem Ronaldo no Caramulo a dar banho a todos os recém-nascidos (que campeón eres, Yamal) - TVI

Coloquem Ronaldo no Caramulo a dar banho a todos os recém-nascidos (que campeón eres, Yamal)

Yamal (Getty)

ESPANHA 2-1 FRANÇA || Yamal, que foi abençoado por um banho de Messi, abençoou a passagem de Espanha à final. Bênção com bênção se paga

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Objeto voador rematado por Yamal: o momento do jogo é uma teoria extraterrestre

Lamine Yamal tinha esta terça-feira 16 anos e 362 dias. Será que as contas estão bem feitas? Estão, porque Yamal faz 17 anos no próximo sábado e a partir de agora é o jogador mais jovem de sempre a marcar numa fase final de um campeonato da Europa, à frente de nomes como Rooney (18 anos e 237 dias), Renato Sanches (18 anos e 317 dias) e Cristiano Ronaldo (19 anos e 128 dias ). E que golo. Se não viu, deve fazê-lo o quanto antes, trata-se de um remate em arco perfeito, feito de fora de área, numa altura em que a França estava por cima no encontro e a vencer por 0-1.

O jovem sem idade para ter a carta e que, segundo a lei alemã, não pode trabalhar em território alemão, foi considerado o homem do jogo. E se em certas culturas existem rituais de transição entre a juventude e a vida adulta, aquele golo de Yamal foi o dele - com o bónus de todo o banco de suplentes se ter levantado e corrido para ele para o celebrar. 

Encontro somente duas hipóteses para a genialidade de Yamal: é um extraterrestre (teoria provável); foi abençoado pelo banho que Messi lhe deu quando era bebé (isto aconteceu mesmo). Sendo a segunda, aconselho que se coloque Cristiano Ronaldo no Caramulo a dar banho a todos os recém-nascidos.

Dani Olmo = Kane = Griezmann: a surpresa do jogo

Em tempos chegou a dizer-se que o futebol moderno tinha assassinado o papel do camisola 10 em campo. Dani Olmo parece estar a tentar provar o contrário. Em Munique surgiu com a 10 vestida, atrás de Morata e à frente dos médios, mas solto, um verdadeiro vagabundo que vagueou por todo o terreno de jogo, sempre com especial incidência na área francesa. 

Olmo acabou por marcar o segundo golo espanhol e entrar no restrito leque de jogadores que marcaram nos oitavos, nos quartos e nas meias-finais de um campeonato da Europa, onde está acompanhado apenas do francês Griezmann - que alcançou o feito no Euro 2016 - e do inglês Harry Kane - que o fez no Euro 2020.

A qualidade de Dani Olmo não é surpresa para ninguém e o que fez hoje também o imaginaríamos a fazer, mas, tirando o jogo frente à Geórgia, este foi o primeiro desafio em que o criativo do Leipzig entrou como titular e só o foi porque Pedri se lesionou frente à Alemanha. Há quem diga que as coincidências não existem, depois há os que acham que a vida é uma mixórdia de coincidências, em qualquer dos casos correu bem a De La Fuente e a Espanha está na final.

Nosso Senhor De La Fuente, o melhor treinador do jogo

Na última jornada do Grupo B, a Espanha foi a jogo com todos os seus suplentes e suplantou a Albânia. Na altura elogiei as propriedades da água espanhola mas não dei qualquer destaque a Luis De La Fuente, desta vez redimo-me - ainda assim repare bem no nome deste selecionador e veja as maravilhas da água.

A França entrou melhor, chegou à vantagem e a partir desse momento Espanha não deu hipótese. É certo que o empate surge do rasgo de génio de Lamine Yamal, o segundo golo é um trabalho fenomenal de Dani Olmo, mas na segunda parte não houve França. A estratégia de Didier Deschamps foi anulada na totalidade pelo movimentar de peças de De La Fuente, com a seleção espanhola a saber gerir os tempos de jogo. Mas quem é Luis De La Fuente? 

Esteve de 2005 a 2011 no Atlético de Bilbao, mas aos comandos da equipa B. Depois, de 2013 a 2017, ficou encarregado de orientar a seleção espanhola de sub-19, seguiram-se os sub-21 até 2022 e, desde 2023, é o selecionador principal da La Roja e agora está bem encaminhado para vencer o Euro. Antes disto, orquestrou uma renovação nevrálgica dos escolhidos para representar a bandeira de Espanha.

Eclipse Mbappé: o pior do jogo

França saiu esta noite do Euro 2024 mas parece que Kylian Mbappé tinha uma consulta e já tinha abandonado o torneio há umas semanas. É certo que no segundo jogo da fase de grupos esbarrou contra o ombro do defesa austríaco Kevin Danso e fraturou o nariz. Passou a jogar de máscara e pouco ou nada se viu em todo o Euro 2024.

As arrancadas alucinantes foram esporádicas, os remates pouco ou nada se viram e restou o cruzamento certeiro para a cabeça de Kolo Muani esta noite. Portanto, Mbappé despede-se da Alemanha com um golo e duas assistências nos 464 minutos que esteve em campo.

Francamente pouco para aquele que muitos achavam ser o legítimo sucessor do reinado de Cristiano Ronaldo e Messi. Ainda assim, é certo que a vida alienígena voltará a fazer contacto com os relvados terrestres, resta termos a certeza de que no dia em que um extraterrestre se eclipsou outro nasceu.

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