Fui enganada pelo Google. A expectativa era encontrar sombra, areia branquinha e �gua transparente. A realidade: um mar de turistas, farofa e zero infraestrutura.
Isso � tudo que me vem � cabe�a quando penso na Playa Blanca, praia a uma hora de carro de Cartagena (ou mais ou menos o mesmo tempo de barco). O mar do Caribe est� l�, azul como sempre, mas o resto n�o ajuda.
Melhor avisar logo que era Sexta-Feira Santa e minha experi�ncia pode ter sido prejudicada pelo excesso de p�blico do feriad�o.
O primeiro sinal do caos veio na chegada. Come�amos a encontrar carros parados na beira da estrada de terra. Pensamos que era para fugir do estacionamento pago, mas n�o: todos os bols�es estavam lotados. Uma hora de fila depois, conseguimos uma vaga no fim da praia.
Fazia mais de 30�C, e eu j� estava com sede e com fome. Caminhamos pela faixa de areia abarrotada, em frente a dezenas de barracas iguais que vendiam um �nico prato: arroz de coco, peixe frito, salada e patac�n (uma esp�cie de panqueca de banana), por cerca de R$ 10.
Escolhemos a que parecia estar menos cheia e esperamos de p�. Foi a melhor cerveja da minha vida.
Depois, entrei na �gua por cinco minutos s� para fazer um selfie, mas foi imposs�vel achar um �ngulo sem nenhuma cabe�a de banhista.
Desisti do mar e resolvi ir ao banheiro. Essa � a pior parte da hist�ria: n�o existe banheiro de verdade, s�o cabaninhas com uma fossa, sem �gua encanada nem esgoto.
Atr�s das barracas de peixe frito, fam�lias de colombianos acampadas cozinhavam o seu pr�prio almo�o na maior farofa que eu j� vi. Churrasqueiras improvisadas espalhavam brasa, deixando a areia de perto acinzentada e alguns graus mais quente do que o normal. Tivemos que sair de l� correndo.
Passei semanas contando a hist�ria e discutindo a infraestrutura da Playa Blanca. N�o posso ser injusta, Cartagena � legal —os restaurantes s�o �timos e baratos, as constru��es hist�ricas, lindas—, mas n�o para ir � praia. Muito menos na Playa Blanca, pior ainda durante um feriado.