Folha de S. Paulo


Juiz aceita den�ncia e Lula vira r�u na Opera��o Zelotes no DF

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O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justica Federal em Brasília, Foto: Reproducao ***DIREITOS RESERVADOS. N�O PUBLICAR SEM AUTORIZA��O DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10� Vara da Justi�a Federal, em Bras�lia

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e seu filho Luis Cl�udio Lula da Silva viraram r�us na Opera��o Zelotes.

Al�m deles, o casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, s�cios da consultoria M&M (Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia), tamb�m viraram r�us.

O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10� Vara Federal, aceitou a den�ncia oferecida contra os quatro na semana passada.

De acordo com o Minist�rio P�blico Federal, Lula e Lu�s Cl�udio participaram de um esquema de tr�fico de influ�ncia, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa envolvendo a compra de 36 ca�as Gripen, da sueca Saab, pelo governo brasileiro. Os procuradores tamb�m viram ind�cios de irregularidades na prorroga��o de incentivos fiscais destinados a montadoras de ve�culos por meio da Medida Provis�ria 627. Para os investigadores, o grupo atuou na formula��o da MP-627 a fim de beneficiar alguns agentes p�blicos e privados.

O esquema, diz a den�ncia, ocorreu de 2013 a 2015, quando Lula j� era ex-presidente.

Segundo os investigadores, Lula prometeu � consultoria M&M interferir para beneficiar clientes da empresa na negocia��o dos ca�as junto ao governo federal. Mauro e Cristina convenceram ent�o os executivos da Saab "que possu�am proximidade com o ex-presidente e que poderia contar com a sua influ�ncia junto ao governo para assegurar uma vit�ria na disputa concorrencial".

Em troca, diz ainda a acusa��o, a LFT Marketing Esportivo, empresa de Lu�s Cl�udio teria recebido R$ 2,55 milh�es da consultoria entre junho de 2014 e mar�o de 2015.

Os servi�os n�o foram prestados, segundo os investigadores.

Os procuradores apontaram uma "rela��o triangular" envolvendo clientes da M&M, intermedi�rios (Lula e os s�cios da consultoria) e "agente p�blico que poderia tomar as decis�es que beneficiariam os primeiros (a ent�o presidente da Rep�blica Dilma Rousseff)". Durante as investiga��es, no entanto, n�o foram encontrados ind�cios de que a presidente tivesse conhecimento do suposto esquema.

No entanto nos trechos da den�ncia que foram tornados p�blicos n�o h� descri��o de quais ind�cios s�o considerados pelos procuradores para afirmar que Lula "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo".

N�o s�o citados supostos ind�cios de que Lula tenha afirmado a Marcondes ou seus clientes que poderia beneficiar seus neg�cios ou que tenha procurado autoridades para pedir favores a Marcondes. Nesse ponto, em sentido contr�rio, a den�ncia reconhece n�o haver ind�cios de que a ex-presidente Dilma Rousseff "tivesse conhecimento do esquema criminoso".

Tamb�m n�o h� men��o a eventuais ind�cios de que Lula tenha pedido ou intermediado os pagamentos de Marcondes � empresa do seu filho Luis Cl�udio.

Os procuradores afirmam que mensagens indicam que o casal Marcondes "vendeu" promessas a seus clientes, mas n�o s�o mencionados ind�cios sobre eventual conhecimento pr�vio de Lula dessas atividades.

Esta � a quarta vez que Lula se torna r�u. Na quinta (15), outra den�ncia contra ele foi apresentada, na Lava Jato, no Paran�.

O ex-presidente j� responde na Justi�a Federal do Distrito Federal por tentativa de embara�ar a investiga��o da Opera��o Lava Jato. Na a��o, ele � acusado de tentar evitar com que Nelson Cerver�, ex-diretor de Internacional da Petrobras, fizesse acordo de dela��o premiada.

Al�m desses processos, Lula responde por suposto favorecimento � empreiteira OAS em uma a��o da Lava Jato, que tramita na Justi�a Federal de Curitiba (PR).

Al�m dos processos na primeira inst�ncia, Lula � alvo de dois inqu�ritos da Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal): um investiga a participa��o de pol�ticos do PT em uma suposta quadrilha montada na Petrobras e outro apura tentativa de obstru��o � Justi�a – ele teria sido nomeado para a Casa Civil no come�o de 2016 em uma tentativa de sair da jurisdi��o do juiz Sergio Moro, respons�vel pela Lava Jato no Paran�.

OUTRO LADO

O Instituto Lula reafirma o que foi dito na nota ap�s o oferecimento da den�ncia, na semana passada.

Diz que nem o ex-presidente nem seu filho "participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado � compra dos avi�es ca�as da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorroga��o de benef�cio fiscais relativos � Medida Provis�ria n� 627/2013"

A reportagem n�o conseguiu contato com a defesa de Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.


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