Folha de S. Paulo


PT pagou R$ 24 mi a empresa que tem motorista como s�cio

A segunda maior fornecedora da campanha de Dilma Rousseff tem como um dos s�cios administradores uma pessoa que, at� o ano passado, declarava o of�cio de motorista como profiss�o.

Localizada em S�o Bernardo do Campo, na Grande S�o Paulo, a Focal Confec��o e Comunica��o Visual recebeu R$ 24 milh�es da campanha, s� ficando atr�s da empresa do marqueteiro Jo�o Santana, destinat�ria de R$ 70 milh�es.

Gustavo Uribe/Folhapress
Casa de s�cio da empresa em S�o Bernardo do Campo (SP)
Casa de s�cio da empresa em S�o Bernardo do Campo (SP)

A firma, que declarou servi�os na �rea de montagem de eventos, teve notas fiscais apontadas como irregulares por t�cnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que analisam as contas da petista.

Segundo a Folha apurou, o sal�rio registrado de Elias Silva de Mattos, um dos s�cios administradores da Focal, era de cerca de R$ 2.000 at� o ano passado, como motorista.

Ele foi admitido no quadro societ�rio da empresa em 29 de novembro de 2013, com valor de participa��o de R$ 3 mil. Carla Regina Cortegoso � a outra s�cia, com cota de R$ 27 mil. Ambos s�o s�cios e administradores da Focal, segundo documentos da Junta Comercial de S�o Paulo.

"Eu sabia que ia virar transtorno na minha vida", afirmou Elias de Mattos ao ser abordado pela Folha para falar sobre a firma.

Sem querer dar detalhes sobre sua atua��o, afirmou ser um dos donos da Focal, mas deu a entender n�o poder falar pela empresa.

"Eu n�o posso dar entrevista, n�o estou preparado para falar", disse. "Eu n�o sou nada, vai l� conversar com eles [empresa]", afirmou.

Apesar de n�o figurar na lista de s�cios, Carlos Cortegoso, pai de Carla Regina, falou com a Folha em nome da empresa. "Todo mundo tem o direito de ascender na escala social mediante o trabalho e compet�ncia", disse.

Em 2005, a empresa foi apontada pelo operador do mensal�o, Marcos Val�rio Fernandes de Souza, como uma das destinat�rias de recursos do esquema, por indica��o do PT.

� �poca, ele disse que a firma recebeu pela venda de camisetas para o partido.

Os nomes de Cortegoso e da Focal integravam a lista entregue por Val�rio � CPI dos Correios, ao Minist�rio P�blico Federal e � Pol�cia Federal.

Segundo a lista, Cortegoso e sua empresa receberam R$ 400 mil a partir de indica��o de Del�bio Soares, ex-tesoureiro do PT condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensal�o, a exemplo de Val�rio.

A coordena��o financeira do comit� eleitoral de Dilma informou ser "imposs�vel a campanha conhecer a firma��o societ�ria dos seus fornecedores". A Focal afirmou que est� absolutamente dentro da lei e que obedece todos os crit�rios jur�dicos.


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