Folha de S. Paulo


2015 ter� mais lutas e greves, diz ativista derrotada nas urnas no Rio

Os candidatos de primeira viagem que tinham de alguma rela��o com os movimentos de junho tiveram vota��o inexpressiva no Rio. A soma da vota��o de tr�s jovens de correntes ideol�gicas distintas um de esquerda, um black bloc e um de direita n�o atinge nem 1.000 votos no total.

"A campanha serviu para nos aproximarmos ainda mais da juventude e refor�armos o perfil do nosso partido. A candidatura foi positiva porque vimos que nenhum partido da 'ordem' expressa o sentimento de indigna��o das ruas", diz a estudante de hist�ria da UniRio Priscila Guedes, 24, que disputou uma vaga a deputado estadual pelo PSOL e obteve 573 votos.

Ela foi, em junho de 2013, integrante do F�rum de Lutas Contra o Aumento das Passagens, que reunia os principais movimentos sociais que deram in�cio �s manifesta��es no Rio.

Para Guedes, "2015 deve ser um ano de muitas lutas nos movimentos sociais". Independente de quem vencer a elei��o, explicou, o ano que vem ser� de "ajustes econ�micos", com aumento das tarifas de transporte e de energia, por exemplo. "Acredito que teremos mais lutas, mais greves e mais revoltas", afirmou.

Quando come�ou a participar das manifesta��es, Cleyton Carlos Silbernagel, 24, ficou famoso por usar um terno verde e uma m�scara de Coringa, o vil�o do Batman. N�o tardou para ser chamado para disputar uma vaga na Alerj pelo PSB. Autoproclamado "black bloc", o jovem ganhou a antipatia dos manifestantes depois de depor no inqu�rito que terminou na acusa��o de 23 ativistas no Rio por forma��o de quadrilha. Uma de suas propostas de campanha foi a cria��o do "dia do black bloc".

Natural do munic�pio de Duque de Caxias, Cleyton Coringa, como foi registrado nas urnas, teve 277 votos. O jovem estudante de direito reclamou que n�o teve apoio do partido.

"Pelo que eu via nas redes sociais e pelo que as pessoas me diziam na rua, pensei que teria pelo menos 5 mil votos. Muitos manifestantes n�o votaram em mim por que preferiram votar nulo. Outra parte n�o quis [votar em mim] por causa do lance do depoimento, n�".

O terceiro manifestante que tinha liga��o com as ruas foi o t�cnico em seguran�a do trabalho Maycon Freitas, 31, que em junho saiu enrolado em uma bandeira do Brasil e gritando palavras de ordem contra a corrup��o e o governo do PT. Freitas ficou famoso por ter sido um dos que convocou a Marcha da Fam�lia no Rio. Foi chamado a disputar vaga como deputado federal pelo PTdoB. N�o teve nenhum voto, por um erro de registro do seu partido. Ele calcula serem necess�rios 30 mil votos para se eleger. "O partido j� entrou com recurso. N�o tenho como saber agora se entrei ou n�o".


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