Folha de S. Paulo


Constitui��es evoluem com seus povos, diz prefeito de Caracas

Oscar Gonzalez Grande / Folhapress
O chavista Jorge Rodriguez, prefeito de Caracas
O chavista Jorge Rodriguez, prefeito de Caracas

"N�s, venezuelanos, adoramos votar", disse no final da tarde deste s�bado (29), o prefeito de Caracas, o chavista Jorge Rodr�guez. "Nesses �ltimos 17 anos, votamos 20 vezes. H� muita p�s-verdade no discurso de que a Venezuela n�o � uma democracia. Isso n�o � verdade."

Para justificar a necessidade apresentada pelo presidente Nicol�s Maduro de redigir uma nova Carta para o pa�s, Rodr�guez afirmou que "as constitui��es evoluem com seus povos, e a nossa, que achamos que � uma das mais perfeitas do mundo, tamb�m deve progredir", explicou.

As "evolu��es" da nova Carta Magna, afirma Rodr�guez, est�o em mais garantias de prote��o aos jovens e �s mulheres.

"H� muita sataniza��o com rela��o ao que o presidente Maduro pretende com a nova Constitui��o. Os direitos universais estar�o garantidos, o direito ao sufr�gio universal, as garantias democr�ticas permanecem."
Segundo Rodr�guez, a nova Carta trar� est�mulos para que a economia venezuelana deixe de depender exclusivamente do petr�leo.

"Precisamos diversificar a produ��o, preservando a propriedade privada. Precisamos tamb�m proteger o pa�s do contrabando, tudo isso estar� contemplado".

OPOSI��O

O prefeito condenou as barricadas colocadas em v�rios bairros de Caracas nos �ltimos dias. "Uma coisa � protestar, outra � impedir crian�as de irem � escola, m�dicos de atenderem pacientes."

Condenou a viol�ncia cujo resultado foram mais de 100 mortos nos �ltimos quatro meses, mas aponta a oposi��o como culpada.

"O presidente Nicol�s Maduro nunca se negou ao di�logo. A pr�pria oposi��o queria uma nova Constitui��o, mas nunca se p�s de acordo. Pois o presidente Maduro, que tem legitimidade popular e um mandato at� janeiro de 2019, est� em seu direito de faz�-la."

Sobre as cr�ticas que l� e ouve vindas do exterior, Rodr�guez diz que "h� uma campanha internacional contra a Venezuela" e se diz "orgulhoso de que o presidente americano, Donald Trump esteja contra nossas a��es, ele que perdeu a elei��o dos Estados Unidos no voto popular".

Ele pensa algo parecido a respeito do Brasil: "ningu�m elegeu o atual presidente do seu pa�s."

E acrescenta que espera "que se restitua logo a democracia no Brasil para que os dois pa�ses voltem a se relacionar bem novamente".

O prefeito acha que a suspens�o da Venezuela do Mercosul foi "um verdadeiro golpe de Estado" e se deu por conta do giro ideol�gico para a direita da maioria dos pa�ses integrantes do bloco.

"N�s nos consideramos parte do Mercosul e o bloco n�o deveria excluir um pa�s por diferen�as ideol�gicas."

Afirma tamb�m que considera "uma hipocrisia" a postura atual do bloco, "pois quando a maioria dos pa�ses da regi�o eram de esquerda, n�s n�o ped�amos que a Col�mbia, que tinha um governo de extrema-direita como o de �lvaro Uribe, ficasse de fora dos mecanismos em que todos participavam."

Sobre as declara��es do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de que n�o reconheceria a Constituinte venezuelana, Rodr�guez disse: "amanh� ir�o votar na Venezuela mais pessoas do que as que elegeram percentualmente Santos."


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