A 39 dias de assumir a Casa Branca, Donald Trump atravessa uma tempestade diplom�tica, dentro e fora de casa. Enquanto a China reage a seu aceno a Taiwan ("ele � como uma crian�a, com sua ignor�ncia de pol�tica externa", diz o editorial de um jornal estatal), republicanos se voltam contra o presidente eleito, que preferiu ridicularizar a CIA e tomar partido da R�ssia na grande pol�mica da vez.
Uma frente bipartid�ria defende que o Congresso investigue a suposta interven��o de Vladimir Putin na elei��o americana, sob a acusa��o de ciberataques calculados para prejudicar a democrata Hillary Clinton (Moscou nega).
| Mark Wilson/Getty Images/AFP | ||
 |
||
| L�der dos republicanos no Senado, Mitch McConnell defende investiga��o sobre suposto ciberataque |
Dois senadores republicanos (John McCain e Lindsey Graham) e dois democratas (Jack Reed e Chuck Schumer) propuseram a alian�a no domingo (11), ap�s o "Washington Post" revelar que, para a CIA (ag�ncia de intelig�ncia dos EUA), o Kremlin agiu para favorecer Trump.
"Os russos n�o s�o nossos amigos", disse nesta segunda (12) Mitch McConnell, l�der da maioria no Senado –assim como a C�mara, dominado por republicanos.
O presidente eleito � mais benevolente com os ex-inimigos da Guerra Fria. Na segunda, voltou a minar uma tese que, a seu ver, interessaria a democratas perdedores. "Podem imaginar se o resultado eleitoral fosse o oposto e n�s tent�ssemos jogar a carta R�ssia/CIA? Isso se chamaria teoria da conspira��o!"
Continuou: "A n�o ser que voc� flagre hackers no ato, � muito dif�cil determinar quem estava hackeando". Na campanha, quando o WikiLeaks vazou e-mails comprometedores de democratas, ele criticou Hillary por envolver Moscou no ciberataque. "Ela continua dizendo 'R�ssia, R�ssia, R�ssia', e talvez tenha sido. Ou foi a China, ou um monte de gente."
O FBI (pol�cia federal americana) estaria em descompasso com a CIA: at� cr� que Moscou tem um dedo no vazamento, mas sem cravar que agiu em prol de Trump, segundo a CNN.
"A CIA diz uma coisa, e o FBI, outra. Precisamos averiguar isso de uma forma n�o-partid�ria, sem apontar dedos", disse Chuck Schumer, o l�der da minoria no Senado, democrata com quem Trump tem bom canal.
J� a lua de mel entre Trump e o presidente da C�mara, Paul Ryan, que na elei��o viveram uma rela��o de mais tapas que beijos, sofreu um abalo. "A R�ssia tem sido uma agressora que constantemente sabota os interesses americanos", afirmou Ryan.
Correligion�rios de Trump questionam a credibilidade da CIA. Lembram que, amparados por relat�rios da ag�ncia, os EUA acreditaram que Saddam Hussein possu�sse armas de destrui��o de massa –o que levou � guerra.
Trump tamb�m enfrenta oposi��o de republicanos no Congresso (de McCain a Marco Rubio) por causa de Rex Tillerson, CEO da ExxonMobil que estaria no topo da lista para secret�rio de Estado. A aproxima��o entre Tillerson e Putin, por neg�cios da petroleira na R�ssia, preocupa. "Trump continua a nos maravilhar", disse o deputado russo Alexey Pushkov, para quem um chanceler Tillerson seria "uma sensa��o".