Dez bolivianos foram resgatados de tr�s oficinas de costuras em S�o Paulo e Osasco, cidade da regi�o metropolitana da capital paulista, trabalhando em condi��es an�logas � escravid�o para as grifes Animale e a A. Brand, marcas do grupo Soma.
De acordo com o Minist�rio do Trabalho de S�o Paulo, eles recebiam cerca de R$ 5 por pe�as costuradas e faziam jornadas exaustivas em meio a condi��es degradantes. As mesmas roupas eram vendidas por R$ 698 nas lojas de luxo da Animale.
Trabalhavam das 7h �s 21h, por vezes at� as 22h, com intervalo de apenas uma hora e dormiam no mesmo lugar em que costuravam, um local repleto de baratas e outros insetos, em contato com instala��es el�tricas que apresentam risco de inc�ndio.
Segundo o coordenador da opera��o e integrante do Programa de Erradica��o do Trabalho Escravo da SRT-SP, auditor-fiscal Lu�s Alexandre Faria, todos os elementos juntos configuram trabalho em condi��es an�logas � escravid�o, crime contra o trabalhador.
Os trabalhadores receberam R$ 102 mil em indeniza��es trabalhista e foram encaminhados ao Centro de Refer�ncia de Atendimento para Imigrantes da capital paulista.
OUTRO LADO
Em comunicado, a A.Brand e a Animale esclarecem que as marcas n�o compactuam com a utiliza��o de m�o de obra irregular em suas cadeias de produ��o.
"Todos os fornecedores assinam contratos em que se comprometem a cumprir a legisla��o trabalhista vigente e a n�o realizar a contrata��o de trabalhadores nessas condi��es", afirmou a companhia por meio de nota. "O caso em quest�o retrata um epis�dio isolado, no qual a fornecedora subcontratou os servi�os sem o consentimento das marcas", afirma ainda.
As marcas dizem, ainda, que os valores pagos aos fornecedores diretos s�o exponencialmente superiores aos cinco reais relatados nos meios de comunica��o e que realizaram "significativa ajuda humanit�ria aos profissionais", al�m de "tomarem as medidas necess�rias para tornar ainda mais rigorosa a fiscaliza��o de sua cadeia produtiva".