Folha de S. Paulo


Altas de luz e g�s t�m impacto quase 3 vezes maior sobre pobres, diz Ipea

Os trabalhadores mais pobres foram os mais afetados pela alta das tarifas de energia el�trica e do pre�o do g�s do botij�o em novembro, segundo o Indicador Ipea de Infla��o por Faixa de Renda.

O impacto da alta de 4,6% na energia el�trica e de 1,6% no g�s no per�odo teve um impacto quase tr�s vezes maior sobre a infla��o dos mais pobres do que sobre dos mais ricos.

De acordo com os c�lculos do Ipea, a alta desses custos com habita��o teve um impacto de 0,29 pontos percentuais entre pessoas cuja renda familiar � inferior a R$ 900 mensais. J� entre aqueles cuja renda familiar � superior a R$ 9.000, o impacto foi de 0,11 pontos percentuais.

Conforme a Folha mostrou na sexta (8), moradores de Parelheiros, na periferia da Zona Sul de S�o Paulo, improvisam fog�es a lenha no fundo de suas casas para preparar refei��es, diante da impossibilidade de pagar o pre� do botij�o de g�s.

Por outro lado, a cont�nua queda do pre�o dos alimentos vem aliviando o custo de vida dos mais pobres, grupo no qual esses produtos t�m maior peso.

Em novembro, os alimentos completaram sete meses seguidos de pre�os mais baixos, ao registraram queda de 0,38%, de acordo com o IBGE. Para os mais pobres, isso significou um recuo no impacto da infla��o de 0,16%, enquanto entre os mais ricos, a queda foi de 0,05%.

"De fato, a significativa desacelera��o no pre�o dos alimentos ao longo do ano se constitui no principal foco de al�vio inflacion�rio em 2017, especialmente para as classes de menor poder aquisitivo", diz, em nota, Maria Andreia Parente Lameiras, pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea.

Outro item que impactou diferentemente o bolso das diferentes faixas de renda foram os transportes. No agregado, os pre�os da item tiveram alta de 0,52%, segundo o IBGE, motivada pelos aumentos da gasolina (2,92%) e do etanol (4,14%).

Os reajustes nos combust�veis impactaram mais as fam�lias de maior renda, exercendo um impacto de 0,20 pontos percentuais na infla��o entre aqueles com renda familiar superior a R$ 9.000.

J� entre os mais pobres, com renda familiar at� R$ 900, a queda nas tarifas dos �nibus urbanos (0,6%) e interestaduais (1,6%) levou a um recuo de -0,04 pontos percentuais na infla��o.

ACUMULADO

Considerando todos os itens, a infla��o no agregado foi menor entre os mais pobres em novembro do que entre os mais ricos: enquanto a popula��o de renda muito baixa sentiu um aumento de 0,07% dos pre�os, os de renda alta viram um aumento de 0,34%.

No acumulado em 12 meses, a infla��o entre a popula��o com renda familiar at� R$ 900 foi de 2%, enquanto entre aqueles que ganham mais de R$ 9.000 foi de 3,53% —superior ao IPCA no per�odo, de 2,4%.

Na faixa de renda baixa (de R$ 900 a R$ 1.350), a infla��o foi de 2,34% no acumulado em 12 meses, na renda m�dia baixa (de R$ 1.350 a R$ 2.250), de 2,71%, na m�dia (de R$ 2.250 a R$ 4.500), de 2,69%, na m�dia alta (de R$ 4.500 a R$ 9.000), de 3,34%.


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