O indiciamento do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, gerou preocupa��o na equipe econ�mica do presidente interino, Michel Temer, pelo risco de provocar turbul�ncia no mercado financeiro num momento delicado da economia brasileira.
Apesar da preocupa��o, a orienta��o do Planalto � a mesma em rela��o � Opera��o Lava Jato, de que "n�o cabe nenhum tipo de interfer�ncia" nas investiga��es.
Assessores de Temer disseram � Folha que � preciso aguardar os pr�ximos passos, porque trata-se apenas de indiciamento e o banco poder� se defender no processo que investiga decis�es do Carf.
Segundo assessores presidenciais, a equipe de Henrique Meirelles alerta que � preciso "cuidado" para n�o expor a institui��o sem provas cabais de envolvimento.
Auxiliares de Temer relataram que executivos do mercado financeiro entraram em contato com o governo e se disseram "surpresos" e "at�nitos" com o indiciamento.
A equipe de Temer recebeu relatos feitos por Trabuco garantindo que o Bradesco n�o fez nenhum tipo de pagamento para tentar obter vantagens em julgamentos.
SEM CONT�GIO
Para banqueiros ouvidos pela Folha, o indiciamento do presidente do Bradesco n�o dever� contaminar o banco, como ocorreu com o BTG depois da pris�o do banqueiro Andr� Esteves. Para eles, s�o casos diferentes.
O BTG � um banco de investimento, que opera no "atacado" e tem em Esteves "o c�rebro e o cora��o". No caso do Bradesco, segundo os executivos ouvidos pela Folha, Trabuco � presidente contratado e, inclusive, com aposentadoria j� planejada.
O BTG seria uma lancha em alta velocidade suscet�vel a acidentes graves caso o piloto vacilasse. O Bradesco � um transatl�ntico que leva tempo para alterar seu curso.
A investiga��o da PF sobre decis�es no Carf j� envolveu tamb�m o banco Safra e pode chegar ao Santander, ainda sob investiga��o.
Para os banqueiros consultados, a possibilidade de dano � reputa��o caso no futuro o banco seja considerado culpado se reflete na queda "aceit�vel" das a��es do Bradesco nesta ter�a.