Folha de S. Paulo


'Criar narradores diferentes me livram de mim mesma', diz Fernanda Torres

Marcus Leoni /Folhapress
A atriz Fernanda Torres durante debate com o escritor Cristov�o Tezza, ambos colunistas da Folha, em paraty
A atriz Fernanda Torres durante debate com o escritor Cristov�o Tezza, ambos colunistas da Folha

A proximidade entre a literatura e o teatro, seja na influ�ncia da oralidade na linguagem escrita, seja na facilidade com que um livro pode ser traduzido para os palcos, foi um dos temas de debate entre Fernanda Torres e Cristov�o Tezza na Casa Folha, em conversa mediada pelo editor-executivo do jornal, S�rgio D�vila.

A atriz e escritora e o autor catarinense, que j� escreveu pe�as, atuou e foi at� iluminador de palco, trataram da influ�ncia da oralidade na linguagem escrita e da facilidade com que um livro pode ser traduzido para o teatro, caso do livro "O Filho Eterno", de Tezza.

Fernanda Torres na Flip

"Meu trabalho com [a adapta��o para os palcos do livro de] 'A Casa dos Budas Ditosos' abriu a quest�o da escrita para mim, dessa voz interior que ela tem. A literatura � o di�logo interior que o ator tem quando est� em cena", disse Torres.

J� Tezza afirmou que sua literatura tem um tanto da oralidade herdada do teatro.

Os autores falaram sobre os graus de dificuldade de produzir diferentes g�neros, como a cr�nica, a cr�tica e o romance. "Para mim, o mais dif�cil no exerc�cio da cr�nica � ser sucinto", disse Torres.

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Flip 2017
Fila para entrar na Casa Folha na tarde deste s�bado (29)

Tezza destacou que o texto publicado em jornal tem a presen�a muito marcante do leitor, enquanto o liter�rio mant�m dele uma dist�ncia grande. "O texto no jornal � publicado e, na mesma hora, tem algum leitor reclamando.
Literatura � outra viagem, e �, para mim, um texto mais dif�cil. Reescrevo muito meus textos."

No debate sobre a fronteira entre fic��o e n�o fic��o, Tezza avaliou que � o pressuposto de verdade que separa uma coisa de outra. "Mesmo que, na fic��o, voc� conte algo verdadeiro, n�o h� o pressuposto de verdade e o texto n�o ser� tomado como tal." No entanto, disse ele, "a experi�ncia pessoal � tudo que n�s temos". "Uma obra de fic��o � uma hip�tese de exist�ncia que o escritor apresenta ao leitor."

Fernanda Torres explicou que suas hip�teses t�m girado em torno do sexo oposto, uma vez que seus personagens principais e narradores s�o do sexo masculino. "O fato de serem totalmente diferentes de mim me livra de mim mesma, o que � �timo quando voc� � algu�m conhecido."

Movimenta��o na Casa Folha na tarde deste s�bado (29)


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