David Moura chegou muito perto. Fez uma luta empatada contra o astro Teddy Riner por quase seis minutos, sendo dois de golden score, mas n�o conseguiu encerrar a invencibilidade de mais de nove anos do franc�s. Em um combate equilibrado neste s�bado (2), na final da categoria peso pesado (acima de 100 kg) do jud�, Riner conquistou o ouro e deixou a prata com o brasileiro. Rafael Silva, outro representante do Brasil, tamb�m parou no franc�s, nas quartas de final, e se recuperou para ganhar o bronze.
Assim, o Brasil encerra sua participa��o no modelo tradicional do Mundial do Jud� com quatro medalhas. A primeira brasileira a subir ao p�dio, na ter�a (29), foi �rika Miranda, com a medalha de bronze na categoria at� 52kg. Na sexta (1�), Mayra Aguiar se tornou a segunda judoca do pa�s a ser bicampe� mundial, repetindo o feito do seu �dolo, Jo�o Derly. A competi��o continua no domingo, com a prova mista por equipes, que agora faz parte do programa ol�mpico.
Neste s�bado, David Moura chegou mais facilmente � final do que Riner. No bloco da manh�, o brasileiro passou por Zarko Culum (S�rvia), Aliaksandr Vakhaviak (Bielorr�ssia) e Tuvshinbayar Naidan (Mong�lia), chegando at� a semifinal. Ali, j� � tarde, n�o se impressionou pela torcida h�ngara e ganhou do local Barna Bor com um ippon.
Enquanto isso, Riner penava contra o georgiano Gurum Tushishvili. A luta terminou zerada ap�s os 4 minutos regulamentares e foi para o golden score, quando Tushishvili conseguiu derrubar o franc�s. O georgiano chegou a comemorar a vit�ria, mas o �rbitro n�o marcou wazari - de fato, Riner conseguiu virar no ar e n�o cair com o lado do corpo no ch�o. Logo em seguida, o astro franc�s encaixou a� sim um wazari incontest�vel e acabou com a luta.
A final foi equilibrad�ssima. Riner foi ligeiramente melhor, mas o brasileiro se defendeu bem sempre que atacado - da mesma forma que o franc�s. Sem nenhum ponto ou puni��o, o confronto foi at� o golden score. Depois de mais 1min49s, enfim Riner conseguiu o golpe perfeito. Jogou David de costas no ch�o e comemorou mais uma conquista.
O t�tulo � o oitavo da carreira de Riner, sempre no peso pesado (2007, 2009, 2010, 2011, 2013, 2014, 2015 e 2017). Anunciado como atleta do PSG na sexta, est� invicto desde a final da categoria absoluta (que depois nunca mais foi disputada) do Mundial de 2010, no Jap�o, quando foi derrotado por um dono da casa em uma decis�o muito pol�mica dos �rbitros. Excluindo esse resultado, ele n�o perde desde as quartas de final da Olimp�ada de 2008, quando acabou com bronze.
J� David Moura conquista, aos 30 anos (mesma idade de Rafael Silva), sua primeira medalha em Mundiais. Ele demorou a aparecer em n�vel internacional, com seus primeiros bons resultados em grandes competi��es acontecendo em 2012 e 2013. Nos Mundiais de 2014 e 2015, ficou sem p�dio, eliminado nas duas vezes pelo japon�s Shichinohe. Agora l�der do ranking mundial, ele s� foi parar em Riner, que deve recuperar o posto.
Diferente do Mundial, quando o Brasil pode ter dois representantes em pelo menos duas categorias masculinas, a Olimp�ada s� aceita um judoca por pa�s. Na busca pela convoca��o para a Rio-2016, David at� ficou � frente de Rafael no ranking, mas a CBJ optou por convocar o Baby, que acabou ganhando bronze em casa.
| Attila Kisbenedek/AFP | ||
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| Medalhistas da categoria peso pesado, da esq. para a dir.: David Moura (prata), Teddy Riner (ouro), Tuvshinbayar Naidan (bronze) e Rafael Silva (bronze) |
MAIS UM BRONZE
Derrotado justamente por Riner nas quartas de final em Budapeste, numa luta em que o franc�s foi muito superior, Baby deu a volta por cima num combate truncado de pesos pesad�ssimos contra Daniel Allerstorfer, da �ustria. Nenhum dos dois mostrou nada em seis minutos de duelo e a vit�ria ficou com Rafael porque o rival recebeu tr�s puni��es por falta de combatividade.
A decis�o do bronze foi exatamente contra o h�ngaro Bor, muito mais leve e �gil que ele. Novamente a luta foi amarrada, com poucos golpes, e foi empatada para o golden score. Desta vez, foram 6min18s de confronto at� que Bor recebeu o shid� e Baby p�de comemorar sua terceira medalha em Mundiais. Considerando tamb�m os Jogos Ol�mpios, s�o cinco medalhas em seis anos - ele n�o disputou o Mundial de 2015.
Gra�as a esses resultados, o Brasil conseguiu igualar a campanha do Mundial de 2014, quando tamb�m ganhou um ouro, uma prata e dois bronzes, tamb�m com Mayra, Rafael e �rika. A diferen�a foi que a prata desta vez foi para David Moura e n�o para Maria Suelen Altheman, que tamb�m lutou neste s�bado.
Dona de duas medalhas de prata em Mundiais, Suelen foi eliminada na segunda luta, pela chinesa Song Yu, campe� em 2015 e que, depois, chegaria � medalha de ouro em Budapeste. Ali�s, essa foi a sina das brasileiras em Budapeste: o azar no sorteio. Das sete algozes (Mayra obviamente n�o perdeu de ningu�m), tr�s foram campe�s e outras duas prata.
Stephanie Arissa (48kg) foi eliminada por Funa Tonaki, sua colega de treinos em uma universidade do Jap�o e agora campe� mundial. Sarah Menezes (52kg) parou na japonesa Ai Shishime, que tamb�m foi campe� da categoria, enquanto �rika Miranda saiu do caminho do ouro ao ser derrotada por Natsumi Tsunoda, prata nesta mesma categoria at� 52kg. O mesmo com Samanta Soares (at� 78kg), derrotada por Mami Umeki, que depois perderia a final da categoria para Mayra Aguiar.
Rafaela Silva perdeu na estreia para a portuguesa Telma Monteira, bronze na Rio-2016 e �nica das algozes das brasileiras que n�o foi ao p�dio (terminou em quinto), enquanto Ketleyn foi derrotada por uma polonesa e, depois, por uma mongol, ambas medalhista de bronze no Mundial.
No masculino, exceto David e Rafael, nenhum outro brasileiro terminou entre os oito primeiros. Neste s�bado, Luciano Corr�a tamb�m lutou e perdeu logo na estreia, para o brit�nico Benjamin Fletcher. Diferente das mulheres, eles nem podem reclamar de azar. Nenhum de seus algozes ganhou medalha.